Um estudo publicado na revista “Biomédicine et
Pharmacotherapy” revelou que a cloroquina causou quase 17 mil mortes no mundo
durante a primeira onda da Covid-19. A pesquisa, feita por cientistas de Lyon,
na França, analisou o uso da droga na França, EUA, Bélgica, Itália, Espanha e
Turquia entre março e julho de 2020.
O resultado mostrou que a cloroquina não teve efeito contra
o coronavírus Sars-Cov-2 e ainda aumentou o risco de morte. Os EUA foram o país
com mais óbitos pela droga: 12.739. O estudo não incluiu dados do Brasil e da
Índia, onde a cloroquina foi amplamente recomendada por governos
irresponsáveis.
A ideia de que cloroquina, uma substância destina a combater
a malária, teve início nos primeiros dias da pandemia, quando o médico
microbiologista francês Didier Raoult, da Universidade de Aix Marselha, saiu
alardeando que tinha “vencido a Covid” com esse fármaco, um fato desmentido
amplamente posteriormente. No Brasil, a tese foi abraçada pelo governo de Jair
Bolsonaro (PL).
Jean-Christophe Lega, professor de clínica médica e
especializado em medicina interna no Centro Hospitalar Universitário de Lyon,
um dos principais autores do estudo, disse à Rádio France Internationale
(RFI) como os analistas chegaram ao resultado com números quantitativos.
“O que devemos ter em mente é que esta é uma estimativa
aproximada, no sentido de que diz respeito apenas a alguns países durante um
curto período de tempo e o número total de mortes é provavelmente muito maior”,
começou dizendo Lega.
?“O estudo se concentrou em seis países porque eles
desenvolveram um trabalho de modelização sobre dados publicados… Como nós
utilizamos quatro parâmetros: o efeito sobre a mortalidade da cloroquina, o
número de pacientes hospitalizados pela Covid-19 e depois a taxa de prescrição,
este conjunto de dados estava disponível em apenas 6 países”, adicionou ainda o
pesquisador.
“Temos dados da farmacovigilância de um lado e também testes
e controles randomizados de outro lado, que nos mostram que a cloroquina pode
ter uma toxicidade cardíaca. Estes dados já são bem conhecidos, principalmente
no uso da droga em casos de doenças autoimunes e para a malária, para o que o
remédio é normalmente indicado”, seguiu explicando o francês.
Sobre a sanha em sair prescrevendo cloroquina no início da pandemia,
o estudioso reiterou é que é necessária uma postura responsável por parte de
médicos e pesquisadores e que isso só poderia ser feito se realmente estudos,
ainda que inconclusivos, apontassem nessa direção, o que não foi o caso.
“É preciso manter a razão. Pedir cautela e urgência não é
prescrever. Na verdade, a urgência é a realização de estudos com um nível de
evidência muito elevado que permitam a implementação de estratégias eficazes e
seguras no contexto de uma crise sanitária”, concluiu.
Com informações da Revista Fórum
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