O baiano Kelmon Luís da Silva Souza, de 47 anos, se diz ortodoxo, mas nunca foi sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil
Padre Kelmon, ex-candidato à Presidência da República em
2022, anunciou a intenção de disputar a Prefeitura de São Paulo este ano.
Embora ainda filiado ao PTB, partido pelo qual concorreu ao Planalto na
eleição presidencial passada, Kelmon ainda não decidiu se entrará na corrida
municipal pela mesma sigla. Segundo a equipe do padre, a definição sobre a
legenda pela qual ele concorrerá deverá ocorrer até o fim desta semana.
Em paralelo à pré-candidatura recém-anunciada, Kelmon vem se
dedicando a atividades relacionadas ao Foro do Brasil, grupo conservador
presidido por ele. Nesta terça-feira, por exemplo, a organização está
realizando um evento de lançamento em São José dos Campos, no interior de São
Paulo.
Nas redes sociais do religioso, até o momento, há menções
apenas a esta atuação, sem qualquer referência à pré-candidatura na capital
paulista.
Quem é Padre Kelmon
O baiano Kelmon Luís da Silva Souza, de 47 anos, se diz
ortodoxo, mas nunca foi sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil,
como revelou a coluna de Malu Gaspar nas eleições de 2022. Ainda assim, ele
celebra missas e batismos na Bahia e ganhou notoriedade em grupos conservadores
graças ao discurso bélico contra a esquerda.
Kelmon foi alçado à cabeça de chapa do PTB em 2022 depois
que a candidatura de Roberto Jefferson, então presidente da sigla, foi
indeferida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na campanha, o religioso
chamou atenção pelas dobradinhas em debates com Jair Bolsonaro (PL),
então postulante à reeleição, e pelos ataques contra o agora presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
A despeito de suas frágeis credenciais, Kelmon já foi
recebido pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, o cardeal Dom Orani Tempesta. Também
participou, na condição de religioso, de convocações para atos de cunho
golpista no Sete de Setembro de 2021.
A batina, marca registrada do autointitulado sacerdote em
eventos públicos, foi a vestimenta escolhida para a foto que apareceu nas urnas
em 2022. Ele também se diz admirador de políticos conservadores já mortos, como
Levy Fidélix e Enéas Carneiro, e usa seu canal no YouTube para denunciar a
“islamização” e a “perseguição” a cristãos no Brasil.
Com informações de O Globo.
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