terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Em reunião com secretariado, Governador Cláudio Castro cobra corte nos gastos e conclusão das obras em andamento (estado do Rio de Janeiro)

A secretaria de Planejamento, por determinação do governador, anunciou o  corte de 20% no conjunto dos contratos. Não será um corte linear: podendo ser maior ou menor a depender da essencialidade do serviço contratado.

Com duas horas de duração e foco na delicada realidade econômico-financeira do estado, a primeira reunião de 2024 do secretariado do governador Cláudio Castro cumpriu o objetivo de mostrar ao primeiro escalação a necessidade de se conjugar corte nos gastos com a conclusão de obras consideradas prioritárias. Não há mais espaço para novos projetos, antes da entrega de um importante cardápio de intervenções em andamento, entre as quais o Museu da Imagem e do Som; o teleférico do Alemão, a ponte da Integração em Campos dos Goytacazes e o hospital de Oncologia de Nova Friburgo entre outras

A secretaria de Planejamento, por determinação de Claudio Castro, anunciou o  corte de 20% no conjunto dos contratos. Não será um corte linear: podendo ser maior ou menor a depender da essencialidade do serviço contratado. Em síntese, Castro fez um chamamento à necessidade de se economizar sem, contudo, comprometer o andamento dos projetos centrais do governo.

O comandante do Palácio Guanabara mostrou aos auxiliares que a fartura acabou mas a situação está longe de qualquer risco de colapso, garantidos os serviços essenciais bem como os salários dos servidores. Enfatizou que todo e qualquer novo projeto deve ser analisado com profundo rigor e em conjunto com as secretarias de Planejamento e Casa Civil.

Em tom de cobrança, reafirmou que as entregas programadas para 2024 devem ser cumpridas no prazo acordado, sem procrastinações; que as acompanhará pessoalmente de modo a garantir a conclusão dos projetos. O governador disse ainda que vai para ruas verificar in loco o andamento das obras.

Durante a reunião, a equipe fez uma radiografia da situação financeira da administração.  O levantamento mostrou que aperto das contas se deve ao impraticável cumprimento das exigências do acordo de recuperação fiscal  e à brusca queda da arrecadação de ICMS, com a redução das alíquotas dos combustíveis, energia e telecomunicações, fixada por lei proposta pelo ex-presidente Bolsonaro e aprovada pelo Congresso.

Com déficit de R$ 8,5 bilhões, o orçamento de 2024 será contingenciado de modo garantir o equilíbrio das contas. No curso dos meses, serão realizadas avaliações periódicas  para possível descontigenciamento levando-se em conta o comportamento da arrecadação e de receitas extraordinárias.

Em 2023, o Rio perdeu R$ 5 bilhões em ICMS e perderá em média outros R$ 8 bilhões em 2024 e o mesmo valor em 2025. Em paralelo, é necessária a repactuação do acordo da dívida, que prevê pagamentos à União em 2024 na ordem de R$ 7 bilhões. O pagamento da dívida praticamente corresponde ao déficit orçamentário deste ano.

O núcleo duro de Cláudio Castro mostrou também aos secretários que os projetos com recursos da privatização da Cedae não têm qualquer relação com o déficit. Dos 22 bilhões arrecadados, o erário estadual ficou com cerca de R$ 9 bilhões. O restante, por acordo,  foi repassado às prefeituras. Com a perda de ICMS de R$ 8 bilhões ao ano seria necessário quase uma Cedae ao ano para a conta fechar.

Interessado pessoalmente no desenvolvimento da versão digital do governo, Cláudio Castro pediu maior celeridade dos secretários no envio de informações à secretaria de Transformação Digital, comandada por Mauro Farias.

Os secretários foram ainda advertidos que a lógica orçamentária mudou com a alteração do quadro econômico-financeiro do governo. No próximo ano, ao invés de as secretarias enviarem à secretaria de Planejamento a previsão de cota orçamentária, a Seplag é que distribuirá entre as Pastas os valores reservados à cada uma.







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