Vinte e quatro estados e o Distrito Federal foram palco hoje
(23/11/2023) da maior operação do ano da Polícia Federal contra abuso sexual de
crianças. A Operação Harpia terminou com 38 prisões e 81 mandados de busca e
apreensão cumpridos contra alvos suspeitos de produzir, armazenar ou
comercializar pornografia infantil. A maioria dos presos foi detida em
flagrante — 33 deles. Todos são homens.
A delegada Rafaella Parca, da Diretoria de Combate a Crimes
Cibernéticos da Polícia Federal, explica que as investigações começaram há
cerca de 3 meses, quando notícias-crime do país inteiro chegaram à coordenação.
Todo material apreendido nesta quinta ainda será periciado, mas um objetivo já
está claro no inquérito: identificar essas crianças vítimas de exploração, para
que providências sejam tomadas junto às famílias.
— É muito comum que haja prisão em flagrante nesses casos,
porque eles armazenam esse tipo de material e cometem esses crimes há muito
tempo. Achamos vários materiais produzidos pelos investigados envolvendo
crianças do círculo íntimo deles — conta a delegada. — E identificamos, de
cara, pelo menos quatro vítimas exploradas nestes vídeos. Já estamos tomando
providências e entrando em contato com as famílias, porque muitas das vezes
elas não sabem o que vinha acontecendo com essas crianças.
Durante as diligências, os agentes se depararam ainda com
situações inusitadas, como em Teresina (PI), quando um alvo, ao ver a
aproximação da equipe da PF, incendiou e destruiu o próprio celular,
dificultando a obtenção de provas. Em Belém (PA), os policiais se surpreenderam
ao flagrar um suspeito surdo e mudo, que acabou preso.
Na ação, os policiais federais também identificaram pelo
menos dois homens que aplicavam golpes financeiros em criminosos interessados
em participar de grupos fechados de disseminação de vídeos de pedofilia.
— Em Altamira (PA) e no Rio Grande do Sul descobrimos casos
de homens que vendiam a promessa de ingresso em grupos de abuso sexual infantil
num determinado aplicativo e, após o pagamento, eles bloqueavam o contato dos
interessados e ficavam com o dinheiro. A princípio, simulavam ser
administradores desses grupos de criminosos. Mas tudo ainda será analisado com
a análise pericial.
As investigações da PF apontam que estes criminosos costumam
se articular em grupos na deep web, ou mesmo nas redes sociais mais
tradicionais, que exigem um nível de sofisticação menor, com utilização de
perfis fakes ou fazendo-se passar por crianças, na intenção de aliciar vítimas.
— Entre o perfil desses abusadores, o que é muito forte e
presente é o fato de serem homens. Todos os alvos da operação de hoje eram
homens. Mas idade, profissão, comportamento, é tudo muito difícil dizer. São
pessoas dos mais variados tipos. Mas o principal modus operandi, podemos dizer
que é esse aliciamento online de crianças, com uso de perfis falsos. Essas
quadrilhas estudam o perfil da criança e da família. Fingem ser colegas da
escola, ou mesmo treinadores de futebol em busca de talento, agência de
modelos. Aí eles ganham confiança, conseguem adquirir imagens íntimas desses
menores de idade, e praticam o chamado sextorsion: extorquem essas
vítimas, por meio de ameaças, para que elas produzam mais materiais.
A delegada conta que, no decorrer das investigações, eles se
depararam — e se surpreenderam — com um verdadeiro mercado de compra e venda de
materiais pornográficos infantis. Ainda não é possível estimar valores, mas já
se sabe que vários desses suspeitos movimentaram muito dinheiro com a produção
desse tipo de conteúdo ilegal e disseminação nas redes.
Com informações de O Globo.
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