A ex-governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, e
mais 16 pessoas tiveram suas contas bancárias bloqueadas e seus veículos
sequestrados pela Justiça Federal nesta terça-feira (28/11/2023). A decisão foi da
juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de
Janeiro, que determinou o bloqueio de R$ 383,4 milhões.
A medida faz parte da Operação Rebote, deflagrada pela
Polícia Federal, que investiga um esquema de desvio de recursos da PreviCampos,
a previdência dos servidores do município de Campos dos Goytacazes, no Norte
Fluminense. Segundo a PF, a ex-governadora e seus consultores teriam recebido
propina para favorecer a contratação de uma empresa de investimentos pela
PreviCampos.
A PF cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em endereços
ligados aos investigados, sendo 12 em Campos dos Goytacazes, dois no Rio de
Janeiro, três em Santos e um em São Paulo. Entre os locais vasculhados, estão a
casa de Rosinha Garotinho em Campos e um apartamento dela no bairro do
Flamengo, na capital fluminense.
Os alvos são investigados por:
Gestão fraudulenta;
Peculato;
Corrupção ativa e passiva;
Associação criminosa;
Lavagem de dinheiro.
De acordo com investigação da Delegacia da Policia Federal
em Campos, durante 2016, os gestores do fundo e consultores contratados
realizaram investimentos em títulos podres de longo prazo emitidos por empresas
de fachada ou sem capacidade econômica de arcar com os pagamentos.
Na ocasião, Rosinha era prefeita de Campos. Ela foi
responsável por indicar Nelson Afonso Oliveira à Presidência da PreviCampos.
O fundo tinha, na ocasião, o capital era da ordem de R$ 1
bilhão.
Durante os seis meses que Nelson esteve à frente, a
PreviCampos mudou a filosofia de investimentos.
Deixou de aplicar em gestores de grande porte e passou para
gestores de menor porte. Segundo os investigadores, isso colocou em risco as
contribuições dos servidores.
Antes de assumir, os investimentos deste tipo representavam
8% da carteira do fundo. Seis meses depois passou a representar 68,14% dos
recursos.
Ainda durante a gestão de Nelson foram repassados, sem
explicação, R$ 350 milhões da PreviCampos para a Prefeitura de Campos.
Em depoimento à CPI sobre a PreviCampos na Câmara Municipal,
Nelson Oliveira, também alvo de busca nesta terça, não soube explicar a
diferença entre investimentos de curto e longo prazo, o que chamou a atenção
dos parlamentares na ocasião.
Defesa de Rosinha afirma que operação da Polícia Federal teve como
objetivo criar constrangimento para a família Garotinho
O advogado de Rosinha Garotinho, Rafael Faria, afirmou
em nota que a busca e apreensão empreendida pela Polícia Federal na residência
da ex-governadora teve como objetivo apenas criar constrangimento para a
família, pois os fatos teriam ocorridos há cerca de 10 anos. Ele aventa também
a hipótese de retaliação ou intimidação política através da ação da PF.
Leia a íntegra da nota :
“Os supostos fatos que “justificaram” a busca e apreensão na
casa de Rosinha Garotinho teriam ocorridos cerca de dez anos atrás. Ou seja, a
única explicação para o que aconteceu hoje na Lapa foi criar um constrangimento
para a família, pois o fato é completamente atemporal. Não queremos acreditar
que isso seja retaliação ou intimidação política.
Sobre a decisão, a única questão imputada a ex prefeita
Rosinha é dela ter indicado pessoas sem qualificação técnica para a diretoria e
conselho da PreviCampos.
Com informações do g1
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