O presidente Lula inicia nesta segunda-feira (27/11/2023) sua
primeira viagem internacional desde que fez a cirurgia no quadril, há dois
meses. Ele fará uma visita a países do Oriente Médio e à
Alemanha.
O principal compromisso do presidente será a participação na
Conferência do Clima das Nações Unidas (ONU), a COP 28, nos Emirados Árabes.
Lula também terá encontros com governantes e empresários nas quatro paradas da
viagem: Riade, na Arábia Saudita; Doha, Catar; Dubai, Emirados Árabes; e
Berlim, na Alemanha.
Lula foi submetido a duas cirurgias, uma nas pálpebras e
outra no quadril, no dia 29 de setembro, em Brasília. O procedimento no
quadril colocou uma prótese no encaixe com o fêmur direito para tratar uma
artrose.
O presidente, que teve uma agenda intensa de viagens
internacionais nos nove primeiros meses de terceiro mandato, programou a
cirurgia no quadril para estar recuperado a tempo de participar da COP 28, em
Dubai.
Lula tem previsão de sair de Brasília na segunda-feira (27)
com destino a Riade, na Arábia Saudita, seguindo na sequência para Doha, no
Catar. O presidente terá agendas com as realezas locais e empresários.
Lula tem interesse em investimentos de fundos dos países do
Golfo Pérsico, grandes produtores de petróleo, em obras de infraestrutura
do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O pacote de projetos
é a principal aposta do governo para gerar empregos e impulsionar a economia.
Lula desembarca na terça-feira (28) em Riade para uma
audiência com o príncipe herdeiro do reino saudita, Mohammed bin
Salman (MBS).
Em junho, durante viagem a Paris, o presidente cancelou
um jantar que teria com o príncipe, que é um dos governantes do reino e
tem histórico de críticas de países ocidentais. Em 2021, um relatório da
inteligência dos Estados Unidos atribuiu ao príncipe a responsabilidade
pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018.
Ainda em Riade, Lula terá eventos empresariais na
quarta-feira (29), um da Embraer e outro da Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), antes de seguir para
Doha.
Na quinta (30), o presidente deve ir a um fórum com
empresários e planeja se encontrar com o emir do Catar, Tamim bin Hamad
al-Thani, autoridade máxima do país.
Segundo o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário
de África e de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, é
“natural” que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas seja tratada
entre Lula e o emir.
O Catar ajudou a intermediar a trégua no
conflito e mantém interlocução com o Hamas. O Brasil repatriou recentemente
um grupo de pessoas da Faixa de Gaza e deseja trazer de volta uma
nova leva de brasileiros.
“É natural que numa visita deste nível também se inclua uma
conversa entre os presidentes sobre a situação no Oriente Médio, sobre a crise
e sobre as perspectivas que podem se ver. Para o Brasil, é muito útil ter como
interlocutor um país que também dialoga com todas as partes e é um país da
região”, disse Duarte a jornalistas.
Em Dubai, nos Emirados Árabes, Lula participa a partir de
sexta-feira (1º) da 28ª edição da Conferência do Clima, a COP. A agenda de
preservação ambiental e transição energética é uma das preocupações do
presidente, que deseja atrair investimentos. O Brasil, inclusive, receberá
em Belém (PA) a COP 30, em 2025.
“Essa transição energética se apresenta para o Brasil como a
oportunidade que nós não tivemos no século 20, de termos no século 21 a
possibilidade de mostrarmos ao mundo que, para quem quiser utilizar a energia
verde para produzir aquilo que é necessário a humanidade, o Brasil é o porto
seguro”, disse Lula na última quinta-feira (23).
Lula esteve na COP 27, no Egito no ano
passado, antes de tomar posse como presidente e criou a expectativa de
guinada na política ambiental. Na gestão de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e
2022, o desmatamento na Amazônia disparou e ambientalistas criticaram
o desmonte no sistema de combate a crimes ambientais.
Lula chegará a Dubai com dados positivos na Amazônia.
Conforme dados, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área
desmatada na Amazônia foi de 9.001 km² entre agosto de 2022 e julho de 2023
— queda de 22,3% na comparação com o período entre agosto de 2021 e
julho de 2022.
Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro trabalha para
apresentar na COP 28 um novo mecanismo de captação de recursos a fim de
financiar a preservação em países com florestas. O Brasil também deve
apresentar uma meta mais ambiciosa de redução da emissão de efeitos estufas.
A nova meta deve passar a ser de redução de 53% das emissões
até 2030 em relação às emissões de 2005, quando foi firmado o Acordo de
Paris.
A meta anterior se comprometia com corte de 50% das emissões
até 2030. A meta para 2025 também será alterada: de 37% para 48%.
Lula participará da COP 28 com o Brasil à frente do G20,
bloco que reúne representantes de 19 países, da União Europeia e da
União Africana. O Brasil comandará o grupo até novembro de 2024 e criará
uma força-tarefa para alinhar ações de combate às mudanças climáticas.
Em Dubai, Lula poderá ter um novo encontro com
a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para discutir o
tema, que também deve ser tratado na Alemanha ao longo das agendas com
o chanceler Olaf Scholz dos dias 3 e 4 de dezembro.
Negociado desde 1999, o acordo teve a parte comercial
concluída em 2019, e as partes políticas e de cooperação, no ano seguinte.
Desde então, o processo está em fase de revisão e terá de ser aprovado pelos
países para entrar em vigor.
Neste ano, os europeus apresentaram novas exigências na
área ambiental, com risco de sanções, classificadas de “ameaça” por Lula, que
deseja mudanças no trecho sobre compras governamentais.
A União Europeia defende a participação de empresas dos
países-membros dos dois blocos, em condição de igualdade, de licitações
governamentais em todos os países pertencentes ao acordo. O Brasil
defendeu a retirada desse ponto do acordo.
Lula deseja acertar as mudanças até 7 de dezembro, quando
encerra o período do Brasil como presidente temporário do Mercosul
(Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Segundo a embaixadora Maria Luisa
Escorel de Moraes, secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, a
Alemanha é um dos países favoráveis ao acordo comercial.
“Havendo vontade política de todos, é possível [concluir as
negociações]. Do nosso lado a vontade política existe. Agora é ver do outro
lado”, disse a diplomata a jornalistas.
Lula tem previsão de chegar a Berlim no dia 3 de dezembro
para um jantar com Scholz. No dia seguinte, ele deve se encontrar com o
presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e terá reuniões de
trabalho com Scholz, com a possibilidade de assinatura de acordos em diferentes
áreas, como preservação ambiental, mudança do clima, bioeconomia, agricultura e
ciência e tecnologia.
Com informações do G1.
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