segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Presidente da Comissão de Segurança da Alerj (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) critica decisão do governo de recriar a Pasta

Presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o deputado Márcio Gualberto (PL) criticou duramente o anúncio feito pelo governador Cláudio Castro, nesta segunda-feira (27/11/2023), de que irá recriar a Secretaria de Estado de Segurança. Para ele, a decisão seria uma “sabotagem” e uma “deslealdade” para com os servidores da área.

“Estou emitindo uma opinião particular. Não creio que o problema da segurança pública passe pela recriação de algo que não deu certo no passado. O que nós vimos com aquele modelo foram perseguições e exclusões injustas de policiais. Segurança pública passa por investimentos e melhoria da qualidade de vida de todos os envolvidos”, disse.

O anúncio veio em meio uma crise, com a vigência de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem e a presença de agentes da Força Nacional no estado. O novo secretário, inclusive, será o policial federal Victor dos Santos, ex-superintendente da PF no Distrito Federal. O governador já disse que uma das primeiras ações da pasta será a elaboração de um plano que integre as forças de segurança. Além disso, será criada uma corregedoria unificada.

Nos bastidores da Alerj, o sentimento é de que Castro não quer desagradar o Governo Federal por precisar de recursos para enfrentar a crise econômica fluminense. Por determinação da Justiça, porém, ele só pode alterar a estrutura administrativa através de projeto de lei, o que pode tensionar a relação entre os Poderes mais uma vez. “Pode ter certeza de que vou fazer campanha contra a aprovação”, dispara Gualberto.

Mas o parlamentar não está sozinho. A ex-chefe de Polícia Civil e deputada Martha Rocha (PDT) também não acredita que a decisão ajudará a resolver os problemas da segurança no Rio.

“Segurança pública é programa de estado e não de governo. Desde que assumiu definitivamente, em abril de 2021, o governador Cláudio Castro, até os dias de hoje, já nomeou quatro secretários para a Polícia Civil. Essa descontinuidade não contribui em nada para uma integração que é necessária para o enfrentamento da criminalidade”, salienta.

Por outro lado, há também quem avalie que a manobra para mudar a Lei Orgânica da Polícia Civil para nomear Marcos Amim titular da pasta – a fim de ceder às pressões da própria Alerj – deixou uma ferida aberta. 

“Foi um movimento muito brusco fazer essa alteração de forma política. Foi depois disso que o Governo Lula começou a entrar no Rio. O Cláudio Castro é um aliado oculto do Governo Federal”, diz um deputado da base, que também argumenta que a decisão não trará nenhum efeito prático.

A Secretaria de Segurança Pública do Rio foi extinta em 2019, durante o governo de Wilson Witzel. A pasta foi desmembrada em duas: Secretaria de Polícia Militar e Secretaria de Polícia Civil. Com isso, os chefes ganharam status de secretário e cada uma tinha sua corregedoria.

Mas nos últimos meses, no entanto, disputas por indicações de cargos entre integrantes do Executivo e deputados gerou sérios conflitos. A princípio, acreditava-se que a nomeação de Amim havia pacificado o ambiente, mas ao que tudo indica um novo capítulo pode estar por vir. 



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