O desembargador Marcelo Buhaten será julgado pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) por ter compartilhado
fake news que ligavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à facção criminosa
Comando Vermelho. A abertura de processo disciplinar, que pode levar ao
afastamento preventivo e até à aposentadoria compulsória de Buhaten, chegou a
ser pautada no dia 26 de setembro, mas acabou adiada.
Buhaten teve as redes sociais suspensas pelo corregedor
nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, em outubro de 2022. Na época das
eleições, ele compartilhou no WhatsApp uma mensagem com os dizeres, em negrito:
“Lula é convidado de honra do Comando Vermelho”. O caso foi revelado pelo
jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Na nota, o desembargador dizia que esta sim era uma ação de
um “lobo solitário”. Para o CNJ, trata-se de uma tentativa subliminar de
criticar o inquérito policial que investigou a facada de Adélio Bispo em
Bolsonaro, que concluiu que a ação não teve mandante.
Em 2021, Buhaten chegou a aparecer em uma foto ao lado da
comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL), em Dubai, nos Emirados Árabes. À época,
ele justificou que estava em férias.
Na decisão em que abriu a investigação, Salomão afirmou que
a ” a conduta individual do magistrado com conteúdo político-partidário arruína
a confiança da sociedade em relação à credibilidade, à legitimidade e à respeitabilidade
da atuação da Justiça, atingindo o próprio Estado de Direito que a Constituição
objetiva resguardar”.
Também compartilhou uma pesquisa eleitoral divulgada na
imprensa antes do primeiro turno das eleições presidenciais que dava vitória a
Lula, e disse: “Isso sim tinha que estar no inquérito das fake news! Ato contra
a democracia!”
Após o primeiro turno, quando o ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB) disparou contra agentes da Polícia Federal que cumpririam
mandados em sua residência após ele xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF, em
nome de uma associação, Buhaten fez uma nota de solidariedade à magistrada na
qual aproveitou para enxertar declarações de defesa a Bolsonaro.
Com informações do Metrópoles
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