Ana Cláudia Carvalho Contildes, de 39 anos, Gilson
André Braga dos Santos, de 42 anos, investigados na operação “Príncipe do
Bitcoin”, foram presos nesta quinta-feira (23/11/2023) no Paraguai. A prisão foi feita
pela Polícia Civil, através da 134ª DP, coordenada pela delegada Natalia
Patrão. Os dois foram encontrados em uma casa no distrito de Hernandarias, que
fica a 25 quilômetros da divisa do Brasil com o Paraguai, próximo a Foz do
Iguaçu.
De acordo com as investigações, os dois fazem parte de uma
quadrilha que agia desde o ano de 2016 aplicando golpes envolvendo
investimentos no mercado financeiro. Segundo a Polícia Civil, Gilson e Ana
Cláudia eram responsáveis pela A.C Consultoria e Gerenciamento Eireli, que fez
mais de 43 vítimas, com a promessa de retorno altíssimo e fixo para o
investimento aplicado. Investigações também revelaram que uma outra empresa, a
Gayky Cursos Ltda, foi criada pelos mesmos criminosos para dar continuidade ao
esquema.
Mesmo foragidos, existe a suspeita de que os dois
continuavam aplicando golpes, mas no Paraguai. Segundo a Polícia Civil, a
suspeita surgiu após informações de uma vítima. A investigação da 134ª DP em
conjunto com o MPRJ conseguiu na Justiça o bloqueio online de valores
disponíveis nas contas dos denunciados no valor de R$ R$ 1.964.815,96 milhões,
incluindo criptoativos e moedas estrangeiras, para ressarcir as vítimas.
Segundo a delegada Natalia Patrão, que estava no Paraguai
acompanhando a operação, os presos estão sendo encaminhados para Campos. Eles
serão levados para a 134ª DP.
A operação
A operação “Príncipe do Bitcoin” foi deflagrada no dia 25 de
outubro, com cumprimento de seis mandados de busca e apreensão em endereços
ligados aos investigados, sendo cinco no total. A investigação é conjunta entre
a 134ª DP e o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado
(GAECO/MPRJ). No dia 28 de outubro, Gilson Ramos Vianna foi preso. Segundo as
apurações, Gilson integrava a área de tecnologia da informação da organização
criminosa. Ele atuava simulando contas e fazendo a captação de clientes que
seriam vítimas do crime. A investigada Ana Paula Contildes Marinho, de 21 anos,
segue foragida.
Entenda o esquema
Com a promessa de investimento em criptomoedas e retorno financeiro de 15% a
30% ao mês, a empresa inicialmente abria contas para os investidores e
realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das chamadas contas
“copy”. Como sugere o nome, é uma cópia de outra conta, que permitia aos
criminosos realizarem investimentos, incluindo compras e vendas de ativos.
Inicialmente, os juros dos investimentos eram pagos, de modo a dar higidez ao
trabalho desenvolvido pela A.C. Consultoria.
Após a celebração de diversos contratos, a empresa emitiu
uma nota oficial comunicando que todos os contratos seriam rescindidos e os
valores referentes aos mesmos seriam pagos em um prazo de 90 dias (a partir de
01 de dezembro de 2021, data da “Nota Oficial”), o que não foi cumprido.
Investigações do GAECO/MPRJ também revelaram que uma outra empresa, a Gayky
Cursos Ltda, foi criada pelos mesmos criminosos para dar continuidade ao
esquema.
Com informações São Francisco 24 horas
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