Não adianta, a menopausa vai chegar para todas as mulheres. Dados do Estudo Brasileiro de Menopausa, feito em 2022, apontam que as brasileiras entram nessa fase aos 48 anos. No entanto, os sintomas podem começar a surgir aos 40 anos. É o período chamado de perimenopausa.
Ondas de calor, suores noturnos, problemas de sono, transtornos de humor e falta de libido. Todos esses sintomas começam a surgir pela falta (ou queda) dele: o estrogênio.
“Se tivesse alguma coisa que pudesse ser distribuída na água
das mulheres para resolver todos os sintomas do climatério, essa coisa seria o
estrogênio. Os receptores do estrogênio estão distribuídos por todo o organismo
feminismo, desde o cérebro até os órgãos genitais.
Então, a falta dele desregula tudo”, explica Flávia
Fairbanks, mestre e doutora em ginecologia pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP).
Se a mulher está com falta de estrogênio, então é fácil
resolver, basta repor esse hormônio, certo? Não. A reposição hormonal é uma das
terapias disponíveis para amenizar sintomas e melhorar a qualidade de vida, mas
não é indicada para todas as mulheres.
A gente indica para quem precisa de tratamento, ou seja, as pacientes que estão tendo sintomas que impactam negativamente na qualidade de vida. Se a mulher entrou na menopausa e está bem, ela não precisa de reposição.
Como funciona a reposição?
O “culpado” pelas mudanças na vida da mulher durante o climatério e menopausa é
o estrogênio. Então, a reposição desse hormônio melhora os sintomas, previne
perda de massa óssea, diminui risco de doença cardiovasculares.
“A molécula do estrogênio ativa a função da célula
específica. No cérebro, o estrogênio atua no centro que regula a temperatura,
fazendo com que o sistema mantenha a temperatura adequada.
Se não tem estrogênio, o centro entra em curto-circuito, provocando ondas de calor. Na pele, ele faz parte dos processos de renovação celular”, explica Flávia Fairbanks.
Além do estrogênio, temos também a progesterona. E a
reposição desse hormônio é indicada, em conjunto com o estrogênio, para
mulheres que têm útero. Se a paciente já tiver feito a cirurgia de remoção de
útero, ela não precisa fazer essa combinação.
“O estrogênio sozinho vai proliferando o endométrio e pode
aumentar o risco de câncer. A progesterona inibe a ação no endométrio”,
esclarece Lucia Helena Simões da Costa Paiva, vice-presidente da Comissão
Especializada em Climatério da Febrasgo.
Um outro hormônio conhecido é a testosterona. A reposição só é indicada para
mulheres que estão com questões sexuais, como diminuição de libido.
Comprimido ou gel?
A reposição pode ser feita via oral ou pela pele (transdérmica).
As especialistas explicam que a mais segura e mais indicada
é a transdérmica, para não sobrecarregar o fígado.
“O comprimido pela boca passa pelo estômago, vai para o fígado, sofre metabolização e faz sua ação. Daí ele volta para o fígado para ser remetabolizado e ser excretado pela urina e fezes. Quando faço esse caminho com hormônios, eu aumento riscos, principalmente cardiovasculares e de trombose”, diz Fairbanks.
O gel deve ser aplicado na superfície de pele mais fina
(parte interna dos braços ou coxas). A mulher deve evitar passar no abdômen e
na pele da mama. Também há a opção de adesivos.
Quando a mulher deve começar a reposição hormonal?
Não existe uma idade exata. A mulher deve começar assim que os sintomas
começarem a incomodar. Isso pode ocorrer na perimenopausa ou após a menopausa.
A dosagem de hormônio vai sendo ajustada de acordo com os níveis hormonais. Por
isso, é necessário um monitoramento constante da paciente.
“Tem mulher que começam a repor hormônio na perimenopausa. Tem quem procure porque os sintomas pioraram muito nos primeiros anos da menopausa. A gente começa essa reposição em até, no máximo, 10 anos depois da última menstruação”, orienta a vice-presidente da Comissão Especializada em Climatério da Febrasgo.
Quanto tempo dura a reposição?
Não existe um limite de tempo. “Existem mulheres que fazem por 10 anos e não
querem parar. Outras acham que não precisam mais”, diz Lucia Helena Simões da
Costa Paiva.
Sabemos que todos os efeitos adversos e riscos,
principalmente de câncer de mama, têm relação com o tempo de uso e dosagem. Se
nesse tempo não apareceu nenhuma doença, está tudo bem. Sempre botamos na
balança o benefício e o risco do tratamento.
Alternativas para amenizar sintomas
Nem todas as mulheres precisam de reposição hormonal. Flávia Fairbanks diz que,
em um universo de 100% de mulheres que têm sintomas, 50% vão precisar do
tratamento hormonal, que tem uma adesão baixa (não chega a 20% das mulheres que
precisam).
Para quem não precisa (ou não quer) repor hormônio, outras medidas são essencias para amenizar os sintomas do climatério.
Quando o assunto é tratamento NÃO medicamentoso, tudo passa
por ele: o estilo de vida. As dicas valem para todas as mulheres:
Uma alimentação saudável e controlada, rica em cálcio e
proteína
Prática de exercícios físicos que forem pertinentes para a paciente (ideal que
pratique 150 minutos por semana)
Controle do peso
Higiene do sono
Meditação
Terapia
Acupuntura
Já os tratamentos medicamentos, não hormonais englobam, principalmente, algumas classes de antidepressivos, que ajudam a tratar as ondas de calor. Também são indicados medicamentos direcionados para o metabolismo ósseo, suplementação de cálcio e vitamina D para mulheres com indicação ou risco para osteopenia e osteoporose, e opções para mulheres com queixas de secura vaginal, irritação e prurido.
Um outro medicamento não hormonal, que promete reduzir a
intensidade das ondas de calor, já foi aprovado nos Estados Unidos: o
fezoniletante. A Astellas, responsável pela fabricação do Veozah (nome
comercial), já enviou o pedido de registro para a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o medicamento ainda não foi aprovado no Brasil.
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