Baixo volume de vencimento de títulos contribuiu para alta
O baixo volume de vencimento de títulos fez a Dívida Pública
Federal (DPF) subir em agosto e superar, pela primeira vez, a marca de R$ 6,2
trilhões. Segundo números divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Tesouro
Nacional, a DPF passou de R$ 6,142 trilhões em julho para R$ 6,265 trilhões no mês passado,
avanço de 2,01%.
Em abril, o indicador superou pela primeira vez a barreira
de R$ 6 trilhões. Mesmo com a alta em agosto, a DPF está abaixo do previsto. De
acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro,
o estoque da DPF deve encerrar 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi)
subiu 1,94%, passando de R$ 5,913 trilhões em julho para R$ 6,028 trilhões em
agosto. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 59,73 bilhões em títulos a mais do
que resgatou, principalmente em papéis prefixados e vinculados a Taxa Selic
(juros básicos da economia). A alta na DPMFi também foi reforçada porque houve
a apropriação de R$ 54,98 bilhões em juros.
Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a
mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao
estoque da dívida pública. Com a Taxa Selic (juros básicos da economia) em
12,75% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.
No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 93,556 bilhões em
títulos da DPMFi, o volume mais baixo desde fevereiro deste ano. Com o baixo
volume de vencimentos em agosto, os resgates somaram R$ 33,822 bilhões, o
volume mais baixo desde julho. Apesar da queda das emissões e dos vencimentos,
a diferença entre as emissões e os resgates voltou a ficar positiva, um mês
após o Tesouro registrar resgate líquido.
No mercado externo, a alta do dólar em agosto aumentou o
endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 3,71%,
passando de R$ 237,46 bilhões em julho para R$ 228,96 bilhões em agosto. O
principal fator foi o avanço de 3,8% da moeda norte-americana no mês passado.
Colchão
Após cair em julho, o colchão da dívida pública (reserva
financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de
vencimentos) voltou a subir em agosto. Essa reserva passou de R$ 991,85 bilhões
em julho para R$ 1,025 trilhão no mês passado. O principal motivo, segundo o
Tesouro Nacional, foi a emissão líquida (emissões menos resgates) no mês
passado.
Atualmente, o colchão cobre 7,92 meses de vencimentos da
dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,349
trilhão em títulos federais.
Composição
O baixo volume de vencimentos mudou a composição da DPF. A
proporção dos papéis corrigidos pelos juros básicos subiu levemente, de 41,2%
em julho para 41,39% em agosto. O PAF prevê que o indicador feche 2023 entre
38% e 42%. Até recentemente, esse tipo de papel atraiu o interesse dos
compradores por causa das recentes altas da Taxa Selic, mas o percentual pode
cair nos próximos meses por causa do ciclo de queda nos juros básicos da economia,
que começou a ser reduzida em agosto.
Por causa do baixo volume de vencimentos, a fatia de títulos
prefixados (com rendimento definido no momento da emissão) subiu, passando de
24,65% para 25%. O PAF prevê que a parcela da Dívida Pública Federal corrigida
por esse indicador terminará o ano entre 23% e 27%.
Nos últimos meses, o Tesouro tinha voltado a lançar mais
papéis prefixados, por causa da diminuição da turbulência no mercado financeiro
e da perspectiva de queda da Taxa Selic nos próximos meses. No entanto, a volta
das instabilidades no mercado pode comprometer as emissões, porque esses
títulos têm demanda maior em momento de estabilidade econômica.
A fatia de títulos corrigidos pela inflação na DPF caiu,
passando de 30,21% para 29,61%. O PAF prevê que os títulos vinculados à
inflação encerrarão o ano entre 29% e 33%.
Composto por antigos títulos da dívida interna corrigidos em
dólar e pela dívida externa, o peso do câmbio na dívida pública passou de 3,93%
para 4%. A dívida pública vinculada ao câmbio está dentro dos limites
estabelecidos pelo PAF para o fim de 2023, entre 3% e 7%.
Detentores
As instituições financeiras seguem como principais
detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 29% de participação no
estoque. Os fundos de investimento, com 24,9%, e os fundos de pensão, com
22,6%, aparecem em seguida na lista de detentores da dívida.
A participação dos não residentes (estrangeiros) subiu,
passando de 9,2% em julho para 9,3% em agosto. O percentual continua menor que
em fevereiro, quando a fatia dos estrangeiros na dívida pública estava em 9,8%.
Os demais grupos somam 14,3% de participação.
Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro
emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca,
compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma
correção, que pode seguir a taxa Selic (juros básicos da economia), a inflação,
o dólar ou ser prefixada (definida com antecedência).
APOIO CULTURAL, TOTAL E ESPECIAL NO GRUPO K.J. DE COMUNICAÇÃO:
EMPRESAS, PATROCINADORES, COLABORADORES, PARCEIROS, ANUNCIANTES, EMPRESÁRIOS, EMPRESAS, APOIADORES, LOJISTAS, COMERCIANTES, COMERCIÁRIOS QUE ACREDITAM NO GRUPO KÉSSIO JHONIS DE COMUNICAÇÃO:
Nenhum comentário:
Postar um comentário