O Grupo dos Vinte, ou G20, será presidido pelo Brasil a
partir desta sexta-feira (1º/12/2023). A liderança temporária, a primeira do país na
configuração atual, vai durar um ano e será encerrada em 30 de novembro de
2024.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) focará o
trabalho brasileiro à frente do grupo na redução das desigualdades, com ênfase
no combate à fome e à pobreza, e apostar no desenvolvimento sustentável e
preservação ambiental, com transição energética e aplicação de economia verde.
Dessa forma, o país criará, ao longo do mandato, duas
forças-tarefas: a Aliança Global contra a Fome e a Mobilização Global contra a
Mudança do Clima. “O Brasil é o porto seguro para que as pessoas possam vir,
investir e fazer com que esse país se transforme em um definitivamente
desenvolvido”, disse Lula.
No fim da tarde desta sexta, o governo brasileiro projetará
no Museu da República, em Brasília, mensagens com os principais objetivos da
nação enquanto presidir o grupo.
Outro tema ser pautado por Lula é a equidade para os países
do Sul Global, antes chamados de “em desenvolvimento”, com uma nova
perspectiva.
Na sexta-feira passada (24/11), em discurso na reunião
virtual do G20, o chefe do Executivo citou a Argentina e o continente da África
para pedir “uma discussão sobre como fazer o financiamento para os países
pobres”, se não “a gente não vai ter solução. Ricos vão continuar ricos, pobres
continuar pobres, e quem está com fome vai continuar com fome”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs uma
“reglobalização sustentável do ponto de vista social e do ponto de vista
ambiental“, a fim de reintegrar os países em uma liderança “com outros olhos”,
voltados para as questões prioritárias do Brasil nesse mandato, como igualdade
e sustentabilidade.
“Não temos de temer a globalização. Ela foi feita de forma
equivocada, e é por isso que ela trouxe tantas angústias, sobretudo no seu
ápice, que foi a crise de 2008 e os seus desdobramentos”, comentou Haddad.
Lula, na ocasião, reforçou o compromisso com a pauta do meio
ambiente e alertou para a Conferência do Clima das Nações Unidas, em Belém: “O
Brasil sediará, em 2025, a COP 30, a primeira na Amazônia. E queremos trabalhar
no G20 para chegar lá com uma agenda climática ambiciosa que assegure a
sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas, no nosso país e no
mundo”.
G20
O Grupo dos 20 é um dos principais fóruns de cooperação
econômica internacional. É composto pela União Europeia e outras 19 nações,
tidas como desenvolvidas e do novo Sul Global.
São elas: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita,
Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos,
França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
Os países do G20 respondem por quase 80% do Produto Interno
Bruto (PIB) mundial e 70% da população global, concentrando, aproximadamente,
75% do comércio internacional.
O Brasil assumirá a Presidência enquanto Lula cumpre agenda
na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Nos dias anteriores à conferência
climática, o presidente passou por outras nações do Oriente Médio em busca de
aproximar as relações exteriores e firmar acordos comerciais.
Agora, o petista chega à COP com foco na agenda ambiental, e
terá o evento como palco para apresentar os dados da redução do desmatamento no
último ano, além de propor novas medidas para preservação ambiental.
Outro tema relevante na agenda de Lula com outros líderes
mundiais será a mediação da guerra entre Israel e o grupo militante palestino
Hamas. O presidente se colocou à disposição para conversar com o premiê de
Israel, Benjamin Netanyahu, caso eles se encontrem na conferência.
Após participar de dois dias da COP, o chefe do Executivo
seguirá para Berlim, na Alemanha, e retornará ao Brasil em 6 de dezembro.
Com informações do Metrópoles.
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