Pesquisa mostra que 23% tiveram prejuízo e 34% operaram em equilíbrio
O setor de bares e restaurantes dá sinais de recuperação,
mas ainda sofre para operar no lucro, revela pesquisa da Associação Brasileira
de Bares e Restaurantes (Abrasel). Apesar de ter crescido o número de empresas
trabalhando no azul, a maioria ainda tem de lidar com problemas como dívidas
acumuladas e empréstimos a pagar, diz a pesquisa, que ouviu 1.647
empreendedores de todo o Brasil entre os dias 20 e 27 de dezembro.
Em novembro, o número de empresas operando no prejuízo, 23%,
manteve-se estável em relação ao levantamento de outubro e 34% ficaram em
equilíbrio, mostrando que a maioria (57%) tem problemas para trabalhar com
lucro. Para 43%, foi possível operar com margem positiva, um aumento de 7% em
relação ao mês anterior, quando 36% alcançaram essa marca.
Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, o ano termina
com um resgate do faturamento, mas com muitas empresas ainda endividadas, com
impostos em atraso e tendo de pagar os empréstimos tomados no período da
pandemia de covid-19, o que fez com que a maioria não tivesse lucro em
novembro.
De acordo com a Abrasel, o desafio das dívidas persiste, com
38% das empresas relatando pagamentos em atraso. As principais áreas de
inadimplência incluem impostos federais (69%), impostos estaduais (45%),
dívidas bancárias (40%), encargos trabalhistas (29%), serviços públicos (água,
gás e energia elétrica - 22%), fornecedores (21%) e aluguel do imóvel (18%).
“Também é preciso dar destaque ao desafio dos bares e
restaurantes para repor a inflação, com 53% das empresas afirmando que não
conseguiram reajustar seus preços em linha com a inflação média - 22% delas
tiveram reajustes abaixo do índice geral e 31% não alteraram seus preços.
Apenas 10% afirmaram ter conseguido fazer reajustes acima da inflação e 36%
ajustaram seus preços de acordo com o índice geral”, informa a Abrasel.
Empregos
No mês passado, 21% das empresas do setor contrataram novos
funcionários, o que significa um sinal positivo de crescimento. O percentual é
superior ao de empresas que relataram demissões, que ficou em 14%. A maioria
das empresas (64%) manteve seu quadro de empregados estável.
De acordo com a Abrasel, as perspectivas para o resultado de contratações em
dezembro também são animadoras, com 27% das empresas planejando contratar mais
funcionários e apenas 6% indicando intenção de demitir.
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