Alvo de operação da PF, cantor temia ser detido. Empresário do artista, Matheus Possebon, foi preso ao desembarcar do navio, em Santos (SP)
A coluna Na Mira apurou detalhes da Operação Disco de Ouro,
deflagrada nessa segunda-feira (4/12/2023) pela Polícia Federal (PF) e que teve como
alvo o cantor Alexandre
Pires e o empresário dele, Matheus Possebon. Fontes ouvidas pela
reportagem informaram que o artista chegou a se trancar em uma das cabines de
um cruzeiro atracado em Santos (SP) após a chegada das equipes, e os
investigadores precisaram aguardá-lo sair. A atitude, possivelmente, foi
motivada pelo receio de ser preso. O celular do artista foi apreendido.
O cantor é suspeito de receber mais de R$ 1 milhão de uma
mineradora que explora terras Yanomami. Já o empresário é apontado como
operador financeiro de garimpeiros ilegais. No total, o esquema movimentou mais
de R$ 250 milhões.
Possebon foi detido pelos investigadores ao desembarcar do
navio. O empresário é um dos executivos da Opus
Entretenimento, que gerencia a carreira de nomes famosos da música
brasileira, como Daniel, Seu Jorge, Ana Carolina, Munhoz e Mariano, entre
outros. Ele se arrisca, ainda, na carreira musical e tem gravações em estúdios
internacionais.
Disco de Ouro
A PF deflagrou a operação nessa segunda-feira (4/12/2023), quando
cumpriu mandado de busca e apreensão contra o cantor, que se apresentava em um
cruzeiro atracado em Santos.
Além disso, as equipes cumpriram dois mandados de prisão,
bem como seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção
Judiciária de Roraima, em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos
(SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC).
A Justiça determinou, ainda, o sequestro de mais de R$ 130 milhões em bens dos investigados.
A operação ocorreu como desdobramento de outra ação da PF, deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraída da TIY foram encontradas na sede de uma empresa investigada e eram preparadas para envio ao exterior.
O inquérito policial revela que o esquema seria voltado para
“lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da terra Yanomami e que o minério
seria declarado como originário de um garimpo regular
no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), supostamente transportado para Roraima para
tratamento.
As investigações mostraram que a dinâmica ocorreria apenas
no papel, pois o minério seria originário do próprio estado de Roraima. À
época, a PF identificou transações financeiras que envolviam toda a cadeia
produtiva do esquema, com participação de pilotos de aeronaves, além do auxílio
de postos de combustíveis, lojas de máquinas, equipamentos para mineração e
“laranjas”, para encobrir movimentações fraudulentas.
Perfil do cantor
Em 1989, o cantor Alexandre Pires fundou o grupo de pagode romântico Só Pra Contrariar. A carreira como vocalista — até sair do grupo, no início dos anos 2000 — deu fama ao artista. Entre os sucessos do SPC, destacam-se “Essa Tal Liberdade” e “Que Se Chama Amor”.
Defesa de Alexandre Pires
Leia a nota da defesa do cantor na íntegra:
“Na qualidade de advogado do cantor e compositor
Alexandre Pires, viemos a público, diante das notícias veiculadas pela mídia em
geral, esclarecer que o cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer
envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena.
Destacamos que o referido cantor e compositor é uma das
mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa
e impecável carreira artística.
Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente
operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome.
Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre
Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no
decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira.”
Agência do artista se manifesta
A Opus Entretenimento, empresa que agencia o canto Alexandre
Pires e tem como um dos executivos Matheus Possebon, preso pela Polícia Federal
(PF) na segunda-feira (4/12/2023), também se manifestou sobre a investigação que
apura a suposta participação dos dois em esquema de exploração de garimpo em
terras Yanomami.
Por meio de nota, a produtora informou que “desconhece
qualquer atividade ilegal supostamente relacionada a colaboradores e parceiros
da empresa”.
“Em relação a Alexandre Pires, uma das grandes referências
da música brasileira, a Opus, responsável pela gestão de sua carreira,
manifesta solidariedade ao artista, confiando em sua idoneidade e no completo
esclarecimento dos fatos”, destacou o texto.
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