sábado, 6 de junho de 2015

"'I AM BACK. MINHA DÍVIDA ESTÁ ZERADA', AFIRMA EIKE BATISTA EM ENTREVISTA A PROGRAMA DE TV!"

(EMPRESÁRIO BRASILEIRO REAPARECE PUBLICAMENTE, ADMITE FRACASSO MAS DIZ QUE ESTÁ PRONTO PARA RECOMEÇAR COM NOVOS PROJETOS NA ÁREA DE BIOTECNOLOGIA.)

EIke Batista tem uns R$ 200 milhões de patrimônio, mas acumula dívidas de bilhões de reais. Quem o conhece, diz que ele está “descompensado”, alterando momentos de depressão e de uma euforia descabida (Foto: Daryan Dornelles)
           Eike Batista voltou a falar. Reú de um processo judicial  e após ver suas empresas do grupo X falirem e seus bens apreendidos, o empresário brasileiro diz que está pronto para recomeçar. Eike reapareceu publicamente, após meses sem declarações públicas ou entrevistas, no dia (06/06) à noite no programa da jornalista Mariana Godoy, na Rede TV. Em cerca de uma hora de entrevista, Eike afirmou que zerou suas dívidas, que não deve nada ao BNDES e defendeu que se sente injustiçado por "ninguém" saber de seus projetos na área de energia e logística. "Sinto-me injustiçado. As pessoas não entendem o porte desses projetos. Ninguém fala da energia. Checa na ONS, checa as termelétricas que fiz. São 3 mil megawatts que fornecem energia para o sistema nacional", afirmou. 
                   Com o seu jeito já conhecido de introduzir frases e expressões em inglês em seu discurso, Eike disse que está de volta. "I'm back. A dívida de 1 bilhão de dólares está zerada.                       Botei meu patrimônio para começar de novo e vou recomeçar". Questionado sobre a origem do dinheiro utilizado para quitar as dívidas, ele afirmou que os bancos e o fundo soberano de sua holding tiraram dele todos os bens e ativos que ele havia colocado em garantia no momento da criação de suas empresas. "Eles pegaram tudo que solucionasse as dívidas. O que sobrou é meu para recomeçar. E quer saber quanto é? É o suficiente". 
                    O empresário é acusado de uso de informação privilegiada e manipulação de mercado na negociação de ações da petroleira OGX e da empresa de construção naval OSX. Eike nega as acusações e voltou a comentar o assunto no programa e disse que, uma prova contrário disso, é o fato dele não ter vendido todas as ações dessas empresas. Ele assumiu fracasso nos projetos na área de petróleo e disse que perdeu tanto quanto qualquer acionista. "Eu fracassei. Eu apostei nessas áreas, a produtividade não era o que imaginava. Mas perdemos juntos. O maior perdedor dessa história sou eu. Mas eu continuo com as mesmas ações que esses mesmos acionistas individuais [que perderam muito dinheiro com a quebra das empresas] têm".
                      Eike afirmou que não informou ao mercado antes que os poços de Tubarão não tinham o petróleo estimado por não ter obtido, antes de junho de 2013, um estudo totalmente conclusivo sobre o caso. "O estudo final foi concluído em junho ou julho de 2013.                        Só aí podia se falar que era conclusivo. Antes disso, se eu falasse ia ser uma especulação dos dois lados. Chamamos os melhores especialistas do mundo para fazer esse estudo, divulgado nesta data", disse. Segundo ele, um estudo de prospecção mais detalhado e preciso sobre a estimativa de petróleo que os poços teriam também não foi realizado por conta de altos riscos ambientais. "Existia várias possibilidade técnicas que foram sugeridas, mas ninguém queria correr o risco ambiental"
                        Com relação às empresas envolvidas na Operação Lava Jato, Eike afirmou que nunca trabalhou com nenhuma delas. "Não ganhei sondas para meu estaleiro. Não usei as grandes empreiteiras para construir o Açu. O Açu foi construído por empresas espanholas que até trouxeram tecnologia nova - que é fazer blocos gigantes para construir o quebra-mar, em vez de colocar pedra que nem o Obelix".
                         Sobre o Hotel Glória, que Eike havia prometido reformá-lo, o empresário disse que pagou na semana passada a última dívida com relação ao negócio ao BNDES. "Estamos enginherando para que o Glória fique em pé e vire a Glória para o Rio de Janeiro. Vai ser um hotel de cinco estrelas especial", disse. O hotel foi vendido para a rede suíça Acron, mas Eike ainda mantém participação no negócio. Eike não quis detalhar a data de abertura do hotel, que estava previsto para as Olimpíadas de 2016. "Não dá para mais ficar pronto até lá. Com a renegociação da minha dívida, tudo atraso. Então, não vou prometer que vai pronto não". Essa postura, aliás, de só falar sobre o "que está pronto" ou próximo de ser entregue parece ser o novo discurso adotado por Eike após tudo que aconteceu com o Grupo X.  
                           Quando questionado se ele se sentia atacado pelos brasileiros, Eike respondeu que sim, afirmando que o ataque ocorreu indiretamente, na medida que grandes projetos seus foram 'escondidos'." Como as pessoas conseguiram esconder um projeto do tamanho do Açu? Alguém me explique isso. As termelétricas no Ceará, é inacreditável. Eu não faço propaganda em jornais, nunca fiz. Meus bilhões foram para lá para atrair todas as 12 multinacionais. Quero ver se o brasileiro reconhece agora, descobrir o Açu". 
                            Um internatura perguntou a Eike  se ele considerava se candidatar a algum cargo político. O empresário levantou as duas mãos abertas e não negou, mas disse que está desenvolvendo novos projetos. "Quem sabe. I don't know. Quem sabe". "Até hoje servi melhor para o Brasil construindo projetos. E vão vir mais por aí. Na área de biotecnologia, nessas coisas do futuro". O empresário não deu muitos detalhes, mas disse que quer investir em "tecnologia de ruptura" e que há interesse de outros países para trazer esses processos para o Brasil. 

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