O argumento de Genish é que o aplicativo se aproveita da clientela e da infraestrutura das operadoras de telecomunicações sem, no entanto, estar sujeito às leis regulatórias e aos encargos tributários sob os quais elas trabalham. "Não é admissível uma empresa prover serviço de voz sem licença do regulador, usando os números das demais operadoras e sem pagar impostos", disse.
Segundo o presidente da empresa que é dona da marca Vivo, esse é um dos motivos pelos quais a operadora não oferece planos com uso ilimitado do aplicativo. "Não vai acontecer nunca de fazermos parceria com o WhatsApp", declarou.
Embora diga que ainda não é possível medir o impacto que o aplicativo tem sobre a receita ou o tráfego de dados da empresa, Genish considera o WhatsApp uma ameaça, por tratar-se de "uma operadora que está atuando sem licença no Brasil, e pode abrir caminho para que outros provedores queiram fazer o mesmo".
Por esse motivo, Genish considera que o aplicativo representa um problema muito maior para as empresas de telefonia móvel do que, por exemplo, o Netflix para os planos de TV a cabo. "O Netflix tem na TV a cabo o mesmo impacto que os outros aplicativos OTT [Over The Top, aplicativos de mensagem que permitem evitar as operadoras], mas o WhatsApp pode ter um impacto muito maior", considera.
O presidente da América Móvil Brasil (dona da marca Claro), José Felix, concorda que falta "isonomia regulatória" à competição entre as operadoras de telefonia móvel e o WhatsApp. Embora considere "inegável" que o aplicativo tenha um impacto na receita da Claro, Felix disse não ter números para quantificar esse impacto.
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