segunda-feira, 12 de outubro de 2015

"Depressão, mesmo quando tratada, aumenta risco de AVC. Novo estudo mostrou que pessoas que sofrem do transtorno por muito tempo têm risco 114% maior de sofrer acidente vascular cerebral."

Depressão e terapia genética

               De acordo com o estudo, o risco de AVC permanece 66% maior em pessoas que tiveram depressão prolongada por mais de dois anos, mesmo após receberem tratamento.(Hemera Technologies/Thinkstock/VEJA)
               Quem tem depressão já precisa lidar com os graves sintomas do transtorno como tristeza, distúrbios do sono e falta de energia. Uma nova pesquisa, publicada pela revista científica Journal of the American Heart Association, traz mais uma notícia ruim: pessoas deprimidas correm um risco maior de sofrer acidente vascular cerebral (AVC).
               O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Harvard, analisou dados de 16.000 adultos com mais de 50 anos. Durante dois anos, os participantes responderam questões sobre seu histórico médico, fatores de risco cardiovascular e sintomas de depressão. O acompanhamento foi feito por nove anos.
                Segundo os resultados, aqueles que relataram três ou mais sintomas de depressão, por quatro anos consecutivos, tiveram um risco 114% maior de sofrer um derrame, em comparação com pessoas que nunca tiveram o distúrbio. O risco permanecia 66% maior mesmo entre os pacientes que haviam recebido tratamento.
                Ainda não está claro como depressão prolongada pode levar ao AVC, mas acredita-se que o risco elevado esteja relacionado aos hábitos pouco saudáveis como fumo, consumo excessivo de álcool e falta de exercício -- geralmente comuns em quem tem a doença. Além disso, a depressão também pode provocar alterações biológicas no organismo, como o aumento da resposta inflamatória. Estudos anteriores já associaram a depressão com um risco maior de diabetes tipo 2 e morte cardiovascular.
               De acordo com o estudo, a depressão demora mais de dois anos até influenciar o aumento de risco. "Os resultados sugerem que os sintomas depressivos merecem atenção imediata logo que começam a aparecer. É importante que os pacientes sejam tratados de forma precoce, antes que a doença seja capaz de aumentar o risco de acidente vascular cerebral", disse Paola Gilsanz, principal autora do estudo.
               O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte ao redor do mundo e ocorre quando há interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro. O problema normalmente acontece porque um vaso sanguíneo estoura ou fica bloqueado por um coágulo, privando o cérebro de oxigênio e prejudicando o tecido.
               Embora menos letal, a depressão é um distúrbio que afeta cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais da metade dos doentes não recebe tratamento porque não recebe o diagnóstico correto.

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