Na volta às aulas,
programada para o dia 1º de fevereiro na maioria do país, o excesso de peso nas
mochilas escolares preocupa o Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no Estado do Rio de Janeiro (Sinfito-RJ).
“É um problema que preocupa
porque o excesso de peso do material escolar tem dificultado a questão da saúde
da coluna”, disse hoje (27) o diretor do Sinfito-RJ, Júlio Guilherme. Segundo
ele, é frequente uma criança carregar, às vezes, até dez quilos de material
escolar.
O diretor da Sociedade Brasileira
de Ortopedia e Traumatologia do Rio de Janeiro (Sbot-RJ), Marcos Britto,
informou que mochilas pesadas podem gerar nas crianças e adolescentes dores
musculares e nas articulações, no pescoço e nos ombros. Para Júlio Guilherme,
manter o excesso de peso no longo prazo pode causar problemas posturais.
Marcos Britto descartou que o
peso da mochila possa causar escoliose, que é um desvio da coluna vertebral.
“Escoliose é um problema estrutural. Peso não provoca escoliose”, afirmou
Britto. Segundo ele, como a mochila pesada dá dor nas costas, é importante
distribuir o peso, especialmente para crianças, evitando ultrapassar 15% do
peso corporal.
O ideal, recomendou Júlio
Guilherme, é que o peso total não ultrapasse 10% da massa corporal da criança.
Até 15%, significa que, se uma criança pesa 50 quilos, a mochila deverá pesar
entre cinco quilos e 7,5 quilos.
Recomendações:
Para crianças acostumadas com
mochilas acima do peso, a recomendação do diretor do Sinfito-RJ são
alongamentos e trabalho de reeducação postural, de modo que a musculatura
consiga suportar maior carga. Outra dica é manter a postura reta.
Júlio Guilherme acrescentou que,
além do excesso de peso do material escolar, também podem contribuir para
desvios de postura a forma de sentar, altura da carteira escolar e atividades
com computador.
De acordo com o ortopedista
Marcos Britto, é importante a escolha da mochila, que deve ser acolchoada, ter
duas alças largas para os ombros e tiras abdominais que a mantenham próxima ao
corpo. “Interessante é a opção com rodinhas.”
Britto se referiu ainda ao
comprimento da mochila. “Ela não pode ficar abaixo da nádega, mas terminar pelo
menos uns cinco centímetros acima. A mochila tem de ser proporcional ao tamanho
da criança”, afirmou o diretor da Sbot-RJ, concluindo que as com apenas uma
alça, do tipo “carteiro”, são recomendadas apenas para carregar pouco peso.
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