Suledil admite que as medidas são duras, mas necessárias.
“São medidas duras, mas necessárias para salvar a Prefeitura de Campos”. A avaliação foi feita pelo secretário municipal de Controle Orçamentário e Auditoria, Suledil Bernardino, ao comentar ontem sobre o decreto assinado pela prefeita Rosinha Garotinho, na última sexta-feira, que coloca o município em Estado de Emergência Econômica.
Suledil lembrou que a prefeitura, em 2014, quando nenhum estado ou município falava em crise econômica, foi pioneira em adotar medidas para amenizar seus efeitos. “Até o estado do Rio copiou o modelo adotado por Campos, que decidiu reduzir em 25% os contratos no final de 2014. Essas medidas, no entanto, não foram suficientes”, afirmou.
Desta vez, segundo o secretário, Rosinha decidiu, entre outras medidas, suspender todos os contratos para uma avaliação caso a caso, as horas extras e reavaliar os contratos de locação de imóveis, exceto os que abrigam escolas, creches e unidades de saúde.
Suledil disse que o Gabinete de Emergência, criado por meio do decreto, é quem ficará responsável pela avaliação dos contratos de locações. Integram o Gabinete, os titulares das pastas de Gestão de Pessoas e Contratos, Fazenda, Controle Orçamentário e Auditoria, Coordenadoria de Planejamento e Procuradoria Geral do Município. “Apesar de o município estar enfrentando uma crise nunca antes vista, a prefeitura tem conseguido pagar os salários dos servidores em dia, já que é uma forma de manter a atividade comercial funcionando”, disse o secretário, explicando que a queda da arrecadação, decorrente da crise internacional do petróleo, cujo preço do barril caiu de US$ 115 dólares em 2014 para US$ 27 dólares, levaram à prefeitura a adotar tais medidas.
O economista Alcimar das Chagas disse que a crise do petróleo no mundo teve início em 2008, com a redução do consumo e aumento da oferta. O problema, segundo ele, é que os governantes não se atentaram para o que estava acontecendo. “Em Campos, o governo tem o seu mérito, já que não deixou de investir em meio à crise”.
Redução investimentos:
De acordo com matéria publicada na edição de ontem do Jornal O Globo, a crise econômica fez com que os dez estados mais ricos do país projetassem uma redução de cerca de R$ 8,5 bilhões nos investimentos para este ano.
Levantamento feito nas leis orçamentárias sancionadas pelos governadores mostra que, entre os estados com os maiores orçamentos, oito — São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Santa Catarina, Goiás e Ceará —, reduziram a verba para novos empreendimentos, em comparação ao que havia sido previsto para esse tipo de projeto em 2015.
O Rio, por exemplo, havia projetado R$ 11, bilhões para investimentos no ano passado. No final, gastou só 60% disso: R$ 6,7 bilhões. Para 2016, a previsão é de R$ 7,6 bilhões, 31,1% menos que no ano passado.
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