A corrida para a sucessão municipal de 2016 já movimenta
os bastidores da política em Campos. Além das tratativas visando composição de
nomes para cabeças de chapa e os candidatos a vice na eleição majoritária, os
partidos já traçam ações e estratégias, cogitam a possibilidade de coligações e
buscam aglutinar lideranças que passam pela montagem de nominatas competitivas
na disputa de vagas na Câmara de Vereadores. A busca do objetivo final que é a
conquista do cargo de prefeito na mais importante cidade do Norte
Fluminense, um dos 40 maiores orçamentos do país.
Confira o cenário político do município e o que muda em
função de um período menor de campanha eleitoral. Os partidos apostam na
identificação de nomes eleitoralmente competitivos que possam compor a chapa
majoritária. Este ano, há proibição do financiamento empresarial nas
campanhas, e a realidade aponta para ajustes nos gastos em relação à
campanha passada.
Há os que afirmam que o processo sucessório já foi
deflagrado desde o ano passado na Câmara Municipal, onde a contundência das
críticas da oposição tem sido marcada por viés político indisfarçável.
Na situação:
No PR, partido que detém o atual governo na
prefeitura e abriga as duas principais lideranças do município — a
prefeita Rosinha Garotinho e o secretário de Governo Anthony Garotinho —, e nos
partidos aliados, a movimentação é intensa. Mais importante partido do
município, a legenda republicana guarda a sete chaves o nome do indicado para a
disputa da sucessão municipal deste ano. A eleição deste ano não terá a
prefeita Rosinha Garotinho como candidata, assim como alguém de sua família,
por força da legislação eleitoral.
Da situação, o jornalista e vereador Mauro Silva(PSDB)
desponta como um nome com forte.
Político com perfil conciliador, Mauro é
apontado como um pré-candidato com poder de aglutinar, e sua possível
candidatura poderia facilitar composições e alianças em um eventual
segundo turno.
O vice-prefeito Francisco Arthur Oliveira (Doutor Chicão)
garante também que pode ser candidato. Ele é primo do secretário de
Governo, Anthony Garotinho, mas não tem grau de parentesco consangüíneo
com a atual prefeita, o que o habilitaria como candidato.
Até pouco tempo, nos bastidores políticos da cidade, os
comentários eram de que havia pelo menos oito pré-candidatos no partido
liderado pelo ex-governador Anthony Garotinho.
No entanto, o próprio Garotinho, em seu programa de rádio
na Diário FM, bateu o martelo ao afirmar que o candidato do grupo à prefeitura
só será indicado em março ou abril.
Outros nomes que têm visibilidade trabalham para
garantir pista livre de obstáculos até a indicação. Além de Mauro e Chicão,
despontam também o presidente da Câmara Municipal, Edson Batista; o secretário
de Controle, Suledil Bernardino; a vereadora Auxiliadora Freitas; o secretário
de Gestão e Administração de Pessoas, Fábio Ribeiro, vereador licenciado; o
secretário de Saúde Geraldo Venancio; e o vereador Jorge Magal.
Já o PSDB, com a proximidade da eleição passou a se
lançar como opção nas eleições de 2016. O ex-secretário do Cidac, Robson Colla,
presidente municipal da legenda, já fala em apresentar a sigla na disputa
do jogo sucessório deste ano.
Na oposição:
No PDT, ex-prefeito Arnaldo
Vianna se mostra otimista com os resultados das últimas pesquisas.
Ele tem sido apontado como um dos grandes concorrentes ao pleito deste
ano. Todavia, especialistas em lei eleitoral afirmam que não tem a menor chance
de concorrer por estar inelegível, em razão dos inúmeros processos que responde
por irregularidades em sua administração como prefeito. Nenhum jurista de peso
tem verbalizado caminhos que apontem pareceres que garantam possibilidade
de Arnaldo entrar na disputa.
Tanto é verdade que tem sido intensa a movimentação de
Arnaldo para emplacar seu filho, Caio Viana, como seu herdeiro. O rebento tem
demonstrado apetite para a tarefa, ao usar as redes sociais. O primeiro teste
para Caio, como candidato a um cargo majoritário, seria uma disputa arriscada
para um iniciante que sequer iniciou carreira na política. Há os que
apostam que seu objetivo mesmo é a Câmara de Vereadores
O vereador Rafael Diniz (PPS) também já manifestou
desejo em ser candidato à prefeitura, assim como Nildo Cardoso (PSD). Diniz é
filho do ex-deputado e vereador Sérgio Diniz, e neto do ex-prefeito Zezé
Barbosa. Se confirmada sua candidatura, será para ele o primeiro teste numa
eleição à prefeitura. Ele também é nome cotado para ser vice numa
chapa da oposição.
O deputado estadual João Peixoto, que é
presidente estadual do PSDC, também se coloca como pré-candidato à prefeitura.
Político experiente e com boa aceitação nas camadas populares, Peixoto desponta
como nome que pode ter o apoio do governador Luiz Fernando Pezão.
O apresentador de TV e vereador, Alexandre Tadeu Tô
Contigo(PRB) também tem boa performance nas pesquisas, mas o seu partido
tem forte tendência para uma aliança com o PR no Estado do Rio.
Outro pré-candidato é o deputado estadual Geraldo Pudim
(PMDB), ex-aliado da família Garotinho, que se elegeu com o apoio do antigo
líder não apenas para a Assembléia Legislativa (Alerj) como no mandato que
obteve também na Câmara Federal. Pudim teria o apoio do presidente regional do
partido e da Alerj, Jorge Picciani.
O vereador Gil Viana também se coloca como opção para a
disputa, apesar de ser apontado como um nome mais forte numa composição
para vice.
No PT, há uma inclinação do partido em não lançar candidato
este ano, como ficou patenteado em reunião do diretório local no final do ano
passado.
“Diante da atual conjuntura política nacional, que
reflete no cenário municipal, ficou sinalizado de que o partido não lançaria
candidato. Mas houve quem considerasse a hipótese de se aliar ao ex-prefeito
Arnaldo Vianna, como também o ex-presidente do partido, Hélio Anomal, colocou
seu nome à disposição para concorrer à prefeitura. Creio que somente em março
teremos uma definição deste quadro relacionado à sucessão”, disse o presidente
do diretório municipal, o sindicalita Hugo Diniz.
Maior cabo eleitoral:
“O legado da prefeita é inegável. Ela
reconstruiu uma cidade que estava destruída. Reparou uma dívida social que seus
antecessores se negaram a saldar. Construiu 7 mil casas populares, retirando
milhares de pessoas que viviam de forma precária, fez dezenas de escolas e
creches-modelo, mais de 100 km de rede coletora de esgoto, obra que gestor
nenhum ousou realizar”, disse o presidente da Câmara, Edson Batista.
Este ano, com a proibição do financiamento empresarial
nas campanhas, a realidade aponta para os ajustes nos gastos em relação à
campanha do ano passado. O nome escolhido terá que se fazer conhecido no
pequeno período a que ficou limitado o período de campanha, com a propaganda
eleitoral gratuita reduzida à metade pelo Congresso Nacional.
Enfim, os partidos apostam na identificação de nomes
eleitoralmente competitivos que possam compor a chapa majoritária, uma
coligação com outros partidos ou a eleição de representantes como cacife para a
Câmara Municipal. É esperar e conferir.
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