Delegado Luis Armond investiga a morte da analista
judiciária.
Durante a operação "Aleiva", que significa
traição, o delegado titular da 146ª Delegacia Legal (Guarus), Luís
Maurício Armond, prendeu na manhã desta quarta-feira (25/05/2016) o Guarda Civil
Municipal Uenderson Mattos, suspeito de envolvimento na
morte da analista judiciária Patrícia Manhães Gonçalves Mattos, de 42
anos, que foi morta no mês passado em Campos. Além de Uenderson, o
seu advogado, Fernando César Gomes, e o outro guarda, este do
Grupamento Ambiental (GAM), Geneci José maria Filho, com oito passagens por
homicídio pela polícia, foram presos.
Durante a ação, a policia conduziu à delegacia o
suspeito de ter atirado em Patrícia. Ainda segundo a PC, ele teria sido
contratado por Geneci para matar Patrícia — isto a mando de Uenderson, que, por
sua vez, nega envolvimento no crime.
Em entrevista, Luís Maurício Armond comentou que trabalha em
duas linhas de investigação: uma seria crime pacional e a outra seria motivação
econômica.
No decorrer das investigações, foi descoberto pela polícia
que Uenderson tinha um relacionamento extraconjugal. Nesta quarta-feira (25/05/2016),
inclusive, a mulher que seria amante dele esteve por vontade própria na
134 ª delegacia para prestar esclarecimentos.
Na outra linha de investigação, que seria econômica, o
delegado disse que ainda não há elementos suficientes, porém continuam
trabalhando também nesta hipótese, uma vez que a vítima possuia muitos bens.
Durante a ação, a polícia apreendeu um cofre no apartamento
do Uenderson, onde havia R$ 6 mil, jóias, documentos, cartões bancários e
outros bens. Além disso, mais de 10 celulares foram apreendidos. A polícia
acredita que esses aparelhos telefônicos eram utilizados pelo
suspeito para tentar despistar a polícia, já que os seus telefones estavam
sendo grampeados.
Outros envolvidos:
O primo de Uenderson, que nas investigações também aparece
como suspeito, esteve na delegacia por conta própria para prestar
esclarecimentos, tal como a amante de Uenderson.
Uernderson já vinha sendo investigado:
Buscando elucidar o assassinato da analista judiciária
Patrícia Manhães Gonçalves Mattos - morta a tiros no dia 13 de abril, o
delegado Luís Maurício Armond, titular da 146ª Delegacia Legal (DL/Guarus),
chegou a cumprir mandados de busca e apreensão em dois apartamentos: um deles
onde o guarda civil Uenderson Mattos morava com a vítima do crime e também sua
esposa, no bairro Pelinca; e outro, que também pertence à família, mas estava
desocupado, no Parque Rodoviário.
Primeiro, Armond esteve no Condomínio Recanto das Palmeiras,
no Parque Rodoviário, para averiguar a informação de que o guarda teria ido ao
imóvel fazer uma limpeza no local, durante o curso das investigações. Ao
confirmar a suspeita, o delegado disse tratar-se de um fato anômalo (uma
situação diferente). “Tivemos informações de que houve movimentação anômala e a
retirada de alguns objetos do local, no último sábado. Sabíamos que iríamos
encontrar o imóvel todo arrumado. Mesmo assim, a busca se fez necessária”,
dissera o delegado, informando ainda que o imóvel estava vazio e pertenceria a
Uenderson, desde antes do casamento com Patrícia. Nenhum material foi
apreendido.
O guarda foi chamado ao apartamento para acompanhar o
cumprimento do mandado e abriu a porta para a Polícia Civil. Uenderson teria
confirmado a limpeza, justificando que uma imobiliária teria ligado para ele,
informando que um pessoa tinha a pretensão de alugar o imóvel.
O segundo mandado foi cumprido no apartamento onde Patrícia
morava com Uenderson e os filhos do casal, na Rua 1º de Maio, na Pelinca. Nesta
ação, foram apreendidos dados bancários, valores e imagens do circuito interno
de TV dos últimos 15 dias.
Armond revelou que “foram obtidos dados interessantes”. E
adiantou que, em breve, o guarda será ouvido para que seja feito confronto com
alguns dados colhidos.
A morte:
A analista judiciária Patrícia Manhães Gonçalves Mattos, de
42 anos – esposa do Guarda Civil Municipal (GCM) Uenderson Mattos –, foi
baleada próximo à base da Guarda Ambiental (GAM), instalada no antigo galpão do
Ceasa, no Parque Boa Vista, em Guarus. Patrícia chegou a ser socorrida para o
Hospital Ferreira Machado (HFM), mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito
após dar entrada na unidade.
Inicialmente, a polícia acreditou que o crime se tratava de
um latrocínio (roubo seguido de morte). No dia do crime, Uenderson teria
ido à base do GAM para resolver um assunto particular com outro guarda e deixou
a esposa no carro. Após entrar na base do GAM, ele e demais colegas ouviram os
disparos e correram para ver o que tinha acontecido, quando viram Patrícia
baleada.
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