“A
suspensão temporária da passagem social (a R$ 1) em Campos, que deverá ocorrer
a partir de 1º de janeiro, será provocada exclusivamente em razão da falta de
comprometimento de empresários do setor de transporte coletivo com esse
importante programa”. Quem afirma é o Procurador Geral do Município, Matheus
José, ao anunciar que a passagem social será suspensa por 60 dias.
O
procurador diz que tem convicção de que as empresas de ônibus querem evitar que
a prefeitura controle de fato o número de passageiros transportados. “O
relatório do RioCard, atual contratada para esse tipo de serviço, é precário e
não dá segurança”, diz Matheus, ressaltando que “o novo sistema que os
empresários se recusam a implantar dará maior controle interno e gerencial da
prova dos números de viagens por dia”.
Desde
o início do Programa Passagem Social a prefeitura já repassou, a título de
complementação, às empresas de ônibus, R$ 206 milhões. O programa foi iniciado
em 1º de maio de 2009. Segundo Matheus José, empresários do transporte
rodoviário vêm utilizando de mecanismos protelatórios.
O
procurador cita como exemplos de situações criadas com objetivos de “prejudicar
o programa”, além de anulação de licitação: “greves incitadas por donos de
ônibus, retiradas de veículos de linhas estratégicas, tudo para evitar que a
fiscalização possa atuar de maneira a detectar irregularidades por eles
cometidas”.
DOIS MESES PARA IMPLANTAR NOVO SISTEMA:
De
acordo ainda com o procurador, a suspensão temporária da passagem social a
partir de 1º de janeiro é uma decisão tomada em comum acordo, entre a
Procuradoria Geral e o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT).
“Terá como objetivo principal a implantação de um novo sistema de controle de
bilhetagem e a obrigatoriedade por parte das empresas de colocar nas ruas o
número de carros previsto no edital”. “Na tentativa de salvar o Programa
Passagem Social, até ônibus a prefeitura financiou, através do Fundo de
Desenvolvimento do Município de Campos (Fundecam)”, lembra Matheus, explicando
que durante 60 dias, a partir de 1º de janeiro, as passagens custarão R$ 2,75
em qualquer viagem. “Sessenta dias é o prazo que o decreto da prefeitura dá ao
IMTT para implantar o novo sistema de bilhetagem”.
PASSAGEM EM CAMPOS CUSTA R$ 1 DESDE 2009:
Implantada
no município em 1º de maio de 2009 para unir o município, a passagem social a R$
1 beneficia hoje mais de 300 mil pessoas. O programa continua sendo elogiado
pelos passageiros, principalmente aqueles que moram em distritos e localidades
distantes do Centro da cidade, com Santo Eduardo e Farol de São Thomé,
respectivamente.
A
iniciativa do governo municipal contempla especialmente a classe trabalhadora
da cidade e do interior, que todos os dias economiza na hora de passar na
roleta dos ônibus. Na
época, o programa já vinha gerando benefícios não só para os usuários de ônibus
como também para as pessoas que estavam desempregadas e conseguiram ser
inseridas no mercado de trabalho, seja através das vagas criadas nas empresas
de transporte coletivo que, para atender à demanda, aumentaram em 53% a frota
de ônibus e abriram novos postos de serviço, ou ainda no comércio, que teve as
vendas aquecidas.
Mesmo
com o reajuste que elevou este ano a tarifa para R$ 2,75, os 300 mil
beneficiados com o Cartão Cidadão continuaram pagando R$ 1. A Prefeitura de
Campos veio subsidiando a diferença de R$ 1,75. Além disso, pelo menos 300
novos ônibus entraram em circulação nas diversas linhas, alguns com ar
refrigerado. Há ainda, empresas que não operam mais as mesmas linhas,
substituídas por outras.
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