Autoridades do Comitê Olímpico Internacional (COI) disseram
nesta quarta-feira que têm esperanças de que a Olimpíada do ano que vem no Rio
de Janeiro não será prejudicada pelo turbilhão político e pela recessão
econômica no Brasil, embora os preparativos tenham "inevitavelmente"
sido afetados.
A Rio 2016 vem sofrendo com atrasos há anos, mas a situação
está melhorando, segundo a entidade.
Entretanto, no momento em que os preparativos rumam para a
reta final, a presidente Dilma Rousseff se vê diante de um possível processo de
impeachment e uma economia em crise
"Isso inevitavelmente irá afetar os Jogos", disse
o vice-presidente do COI, Craig Reedie, aos repórteres quando indagado se a
situação do Brasil terá algum impacto na preparação.
"Existem desafios", afirmou ele depois que os organizadores
da Rio 2016 entregaram um relatório de progresso ao comitê executivo do COI
durante uma reunião.
Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou um pedido de abertura de processo de
impeachment contra Dilma, deixando mais tenso o clima político no país.
A Polícia Federal, que investiga o escândalo de corrupção da
Petrobras, também pretende analisar os contratos de construção da Rio 2016, que
chegam a 10 bilhões de dólares.
O quadro atual contrasta profundamente com o momento em que
o Rio conquistou o direito de sediar a Olimpíada em 2009, quando o país
desfrutava de uma bonança econômica.
Mas Reedie afirmou que está havendo progresso para finalizar
a tempo os preparativos para os primeiros Jogos da América do Sul. "Houve
uma grande melhoria da situação nos últimos meses. Isso é boa notícia",
comentou.
Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do
Brasil (COB), declarou que a situação geral foi apresentada ao COI de maneira
transparente.
"Não tentamos fugir (dos fatos). O mais importante é
que nada afete os atletas e a organização dos Jogos".
Os organizadores estão procurando formas de reduzir o
orçamento sem comprometer o evento, uma tarefa dura a oito meses da
abertura.
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