"Servidores públicos acampam na frente da Prefeitura de Campos!"
Mais 500 servidores municipais, a maioria professores, fazem uma manifestação na frente da Prefeitura de Campos na noite da sexta-feira (22/05/2015). Com o auxílio de um trio elétrico e gritos de palavras de ordem como “O professor na rua, Rosinha a culpa é sua”, os manifestantes prometem acampar na frente do prédio municipal por tempo indeterminado. Eles foram para o local após umato na Praça São Salvador nesta tarde. Os servidores pedem melhores condições de salários e trabalho.
Muitos usam a imagem de um asterisco colada ou desenhada no corpo, forma encontrada para demonstrar descontentamento com a fala do secretário de Educação Frederico Tavares Rangel. O secretário orientou os diretores, durante uma reunião na quinta (21/05/2015), a marcarem um asterisco na frente do nome dos grevistas, para a prefeitura descontar os dias não trabalhados posteriormente. Os docentes também penduraram um varal com fotos que retratam as condições estruturais das unidades de ensino do município.
A informação é que líderes do movimento, junto com o vereador Dayvison Miranda (PRB) e a professora Odisséia Carvalho, foram autorizados a entrar no prédio e dialogam com o secretário de Administração, Fábio Ribeiro, e o secretário de Educação, Fred Rangel. A imprensa não pôde entrar e apenas fotógrafo e cinegrafista da prefeitura acompanham o encontro. Os vereadores da oposição, Fred Machado, Marcão e Rafael Diniz foram impedidos de entrar na prefeitura para acompanhar a comissão de grevistas. Marcão disse que só vai sair de lá depois de ser atendido pela prefeita Rosinha Garotinho.
Já do lado de fora, os manifestantes pedem pela presença da prefeita. Durante o ato, o grupo cantou o Hino Nacional e o Hino da Bandeira. Os professores gritam também “se não negociar, a educação não vai voltar”. Os profissionais da saúde, que também estão no local, respondem que “se não negociar, a saúde vai entrar” (em greve).
Reivindicações – Os professores estão reivindicando Plano de Cargos e Salários total, reajuste salarial, reposição das perdas salariais, condições dignas de trabalho, retorno do Plano de Saúde e vale-transporte, que estão suspensos há quatro meses, para todos os servidores; Auxílio Alimentação no valor de R$ 500; redução da carga horária em 1/3; e a incorporação da gratificação nos salários dos profissionais.
"A baixa arrecadação e os cortes nos orçamentos já provocam crises e greves também nas escolas de alguns municípios do Rio. Em Campos, no Norte Fluminense, e em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, os professores fizeram ontem protestos nas sedes das respectivas prefeituras devido às perdas salariais.
Na cidade de Campos, 90% da categoria entraram em greve na semana passada. A principal reivindicação é que a prefeitura recomponha os salários com base na inflação do último ano. Os professores alegam que o município oferece apenas um aumento de 10% no atual abono para os educadores que trabalham em sala de aula. A proposta exclui os funcionários que não trabalham em sala em aula.
“Não foi oferecido nada. E o abono, do mesmo jeito que eles dão, eles tiram”, afirma a professora da rede Luciana Eccard.
O grupo, de quase quatro mil pessoas, decidiu acampar no jardim em frente ao prédio. “Quando a prefeita foi afastada, ela acampou aqui. Nós estamos fazendo o mesmo que ela fez”, afirmou Luciana.
A prefeitura de Campos é administrada por Rosinha Garotinho, ex-governadora do Rio e mulher de Anthony Garotinho, também ex-chefe do executivo estadual. Em 2010, ela foi afastada do cargo por abuso de poder econômico, mas retornou alguns meses depois por outra decisão do TSE.
O sindicato também colocou em pauta a necessidade de concurso público para todos os funcionários, merenda escolar de qualidade, melhoria da infraestrutura em todas as instituições, material didático de melhor qualidade pedagógica e incorporação da gratificação nos salários dos profissionais.
Luciana relatou também que o plano de saúde dos funcionários foi cortado e explicou que, atualmente, os educadores têm faltas médicas cortadas. Além disso, as escolas municipais que ficam em regiões rurais estão funcionando sem vigias, porteiros ou funcionários de limpeza. “As escolas estão caindo aos pedaços e ainda temos que enfrentar tudo isso sem recomposição salarial”, criticou ela.
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