Quando se fala em política, quase nada surpreende. Mas a desfaçatez e a total falta de pudor do deputado João Peixoto nesse trecho de um dos vídeos gravados na casa da prefeita Carla Machado, em Atafona (eles existem mesmo), mostra bem em que tipo de político o povo anda votando. Nele, o deputado João Peixoto tenta convencer Gersinho da oposição sanjoanense a mudar de lado em São João da Barra, usando o cínico bordão “Farinha pouca, meu pirão primeiro” e ensinando detalhadamente como se trai usando como exemplo o que fez em Campos. E ainda diz que avisou um dia antes para não ser considerado uma traição deixar a bancada de um partido para integrar a bancada oponente em troca de vagas para seu “povo” (cabos eleitorais), obras e acesso à secretarias. Depois de ocupar com a sua militância, como disse, todas as vagas do lado de Guarus, diz ele: “eu ganhava tudo” (eleições). Isso é que é fisiologismo.
Ouça com atenção um pequeno trecho dos vários vídeos e gravações a que o blog conseguiu acesso:
João Peixoto - “Farinha pouca, meu pirão primeiro. Eu fiz uma oposição”.
Carla – “Eu só acho e volto a falar o que falei primeiro, ele está sendo burro e eu não entendo a consideração do PT com Alexandre, que nunca fez nada por ele, e esquece o carinho que eu tenho por ele”.
João Peixoto – “Fiz oposição a Garotinho elegendo Paulo Feijó com um voto, o meu voto, 11 a 10. Tô vendo tudo fechado pra mim, na eleição, e eu não posso ficar assim. Fui lá e conversei com Sr. Amaro, não, foi ele que mandou me chamar, ele falou: “João, eu conheço você, sei que é uma pessoa de bem, bem intencionado, mas nós temos 10 e a oposição tem 11. Você não quer vir para nossa bancada, não?” Claro que eu queria, era tudo que eu queria. Eu perguntei pra ele: “Seu Amaro, o que vai vir pra mim?” Ele disse: “Tudo que tiver em Guarus é por sua conta.” Doutor, de uma vez só eu arranjei 80 vagas, 80 vagas. Não tem a Fundação do Menor ali? Eu coloquei todos e os outros não colocaram nada, Claudeci, Paulo Feijó. Resumindo, eu falei com ele, eu gostaria de ter uma reunião com vocês amanhã, pode marcar? Mas eu estava com a bola cheia. Voto no dia da eleição para Arnaldo Vianna, botei lá e votaram nele, então foram três votos, eu estava com a bola cheinha. Aí todo mundo lá, era 9h, eu disse: “olha, eu quero passar uma coisa para vocês aqui pra mim (sic) não passar como traidor. Eu quero ser deputado e você presidente, não tem nada para me dar e, a partir de hoje, eu vou para bancada do PDT. Ele falou: “Eu não estou acreditando, depois dessa articulação toda que você fez, você vem dizendo isso para mim.” Eu disse: “Eu não vou trair vocês, eu vou para bancada do PDT, vou porque eu quero ser deputado. Aqui vai ter obra pra mim? Aqui vai ter emprego, aqui vai ter uma secretaria para eu atender ao meu povo?” O presidente disse: “Nós fazemos um aperto aqui e o prefeito vai ter que cair na nossa mão.” Eu disse: “Não. Farinha pouca, meu pirão primeiro, eu não quero me aventurar, não.” Daí eu fui deputado, eu ganhava tudo”.
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