O dever principal de um prefeito, noves fora os quilos de promessas feitos em tempos de campanha, é atrair investimentos para a cidade que governa e criar um ambiente propício para a geração de riquezas. Mas, a contar a performance de pelo menos quatro candidatos a prefeito no manejo de suas finanças pessoais, alguns não têm conseguido fazer isso dentro de casa.
Segundo as informações que prestaram à Justiça Eleitoral, entre uma eleição e outra, Eduardo Paes (PMDB), candidato no Rio; Alcides Rolim (PT), na disputa em Belford Roxo; Arnaldo Vianna (PDT), na briga por Campos, e Nelson Bornier (PMDB), que concorre à Prefeitura em Nova Iguaçu, ficaram... mais pobres.
O EXTRA cruzou a declaração de bens apresentada por candidatos na última eleição que disputaram e a relação atual. Os quatro exemplos tiveram reduções em seus patrimônios.
Foi o caso do prefeito do Rio de Janeiro. Em 2008, ele tinha cinco salas, no Centro, na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá e um carro Corolla. Tudo somava R$ 390 mil. Este ano, nenhum dos imóveis consta da lista de bens, composta apenas por investimentos, a exemplo da boa e velha poupança e de aplicação em renda fixa, num total de R$ 330 mil.
Através de uma nota, a assessoria do prefeito disse: "Nos últimos quatro anos, o prefeito se desfez de patrimônio imobiliário e teve uma redução dos seus ganhos mensais, já que o atual salário é inferior aos salários de secretário e de deputado federal".
‘Tenho patrimônio. Isso está errado’
Em quatro anos, o petista Alcides Rolim liquidou metade de seu patrimônio. Este ano, o prefeito de Belford Roxo não declarou o apartamento que tinha na Barra. Também não constam as casas de Nova Iguaçu e de Belford Roxo. Mas o prefeito informou ter R$ 148 mil em espécie. Por meio de sua assessoria, Rolim disse que empobreceu porque, agora que é prefeito, não pode mais exercer a profissão de médico, o que estaria minguando seus bens.
O salário que Arnaldo Viana (PDT) recebe como deputado federal — R$ 26 mil mensais — também não deve estar sendo suficiente para fazer frente a seus gastos. A sua declaração de bens de R$ 207 mil é bem menor do que a de R$ 360 mil de 2010, quando concorreu à vaga que ocupa na Câmara. Em 2008, quando foi derrotado na disputa à Prefeitura de Campos, possuía um patrimônio de R$ 407 mil. Procurado, Vianna não respondeu às ligações.
Já Nelson Bornier (PMDB) creditou à lentidão do TSE o suposto empobrecimento.
— Pô, tenho patrimônio sim! Claro que tenho. São meus bens. Isso está errado. Declarei patrimônio de R$ 896 mil — afirmou o deputado, que, em 2010, informou ao TSE ter R$ 426 mil em bens, a metade do que acumula hoje.
A 157ª Zona Eleitoral, em que Bornier está inscrito, informou que o candidato não entregou nem a declaração de bens nem as certidões criminais, o que pode indeferir sua candidatura.
Confira os valores declarados:
Eduardo Paes (PMDB)
Em 2008, declarou R$ 390 mil. Agora, R$ 330 mil.
Alcides Rolim (PT)
Patrimônio de R$ 618 mil despencou para R$ 325 mil.
Nelson Bornier (PMDB)
Em 2010, R$ 426 mil. Agora, não entregou declaração.
Arnaldo Vianna (PDT)
Em 2010, declarou R$ 360 mil. Agora, R$ 207 mil.
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