A decisão proferida em Ação Civil Pública determina que os
remédios sejam distribuídos gratuitamente e de forma ininterrupta.
A Defensoria Pública do Rio conseguiu, em antecipação de
tutela, decisão para que o município de Campos forneça medicamentos com os
princípios ativos cinacalcete e paricalcitol aos pacientes renais crônicos com
hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal. A decisão
proferida em Ação Civil Pública movida pela instituição determina que os
remédios sejam distribuídos gratuitamente e de forma ininterrupta à população
local vítima da doença, que surge como consequência frequente ao tratamento de
terapia renal substitutiva (hemodiálise).
A decisão do juiz Ralph Machado Manhães Junior, da 1ª
Vara Cível de Campos, foi obtida através da atuação do Núcleo de Fazenda
Pública e Tutela Coletiva de Campos da DPRJ e determina a entrega dos
medicamentos pela secretaria de Saúde, em 72 horas, aos pacientes que comprovem
a necessidade do uso mediante apresentação de receita médica da rede pública ou
conveniada. Em caso de descumprimento será decretada busca e apreensão dos
valores necessários nos cofres públicos e sem prejuízo às sanções penais
cabíveis.
"O aguardo pela prestação jurisdicional final
pode redundar em dano irreparável ou de difícil reparação, máxime porque versam
os autos sobre questão relativa à própria vida", explicou o
magistrado ao deferir a antecipação de tutela.
Em auxílio aos pacientes, o Núcleo de Fazenda Pública e
Tutela Coletiva de Campos instaurou o procedimento de instrução 03/2015 em
decorrência da grande procura da população pela Defensoria Pública, solicitando
o medicamento “Mimpara” e outros com os princípios ativos citados na decisão
judicial. O hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal causa
complicações ósseas e vasculares e o aumento da taxa de internação por
complicações cardiovasculares.
"Demos um passo importante para garantir o acesso
integral ao direito à saúde dos pacientes renais crônicos. Garantir-lhes o
recebimento da medicação para minimizar os efeitos secundários do tratamento é,
em última análise, dar-lhes condições dignas para o tratamento e preservação de
suas vidas", destaca o defensor público Tiago Abud.
Ele observa que outros passos serão dados, "como a
busca pela regionalização dos hospitais credenciados para transplante (ou mesmo
a criação de rede própria pelos entes públicos), bem como a ampliação da oferta
de locais para realização de terapia renal substitutiva."
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