domingo, 22 de novembro de 2015

"Mensalidades escolares acima da inflação, aponta Procon. O segmento maternal apresenta aumento de 14%; no ensino médio o aumento é de 16% e faculdades de 23%!"

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                    A Superintendência do Procon/Campos notificou no último mês as escolas e faculdades do município para a apresentação das planilhas de reajuste a serem aplicados na anuidade de 2016. Essa planilha deve ser disponibilizada aos pais de alunos para análise e aprovação do contrato. Até o momento 90% das instituições já enviaram os dados ao Procon/Campos. Pelos números levantados pelo órgão municipal de defesa do consumidor os valores estão bem acima da inflação do período. O segmento maternal apresenta aumento de 14%; no ensino médio o aumento é de 16%. Já nas faculdades o aumento médio é de 23%.
Não há um cálculo-base para as instituições que determine o acréscimo anual. Segundo a Lei nº 9.870/99, o aumento fica a critério de cada instituição. No entanto, o valor deve estar de acordo com as despesas da instituição e precisa ser divulgado até 45 dias antes do início do período da renovação de vínculo por meio de planilha de custos.
                    As escolas podem incorporar à mensalidade despesas com folha de pagamento, impostos, aluguel do imóvel, material de escritório, água, luz, telefone etc. Também deve estar incluído o investimento no aprimoramento pedagógico. De acordo com a lei, a quantia a ser paga pelo ensino é cobrada em seis ou 12 parcelas mensais iguais, segundo o regime adotado pela direção — anual ou semestral —, ou seja, os meses de recesso ou de férias são inclusos nos custos, ainda que não ocorram aulas.
                    Também são atribuídos ao reajuste gastos com o material coletivo, pois a Lei nº 12.886/2013 proíbe as escolas de cobrar taxas extras ou mesmo que os pais comprem resmas, tubos grandes de cola branca e outros itens que não sejam para uso individual. A Portaria nº 971/97, do Ministério da Educação, exige que os valores das mensalidades e de outras taxas cobradas pelo colégio devem estar previstos no contrato.

Aumento acima da inflação:

                     Por outro lado, os pais estão atentos com esse aumento, que pode significar um impacto no orçamento para o próximo ano. Alguns preferem acompanhar de perto cada item acrescentado a planilha de custo da escola, outros afirmam que dependendo do aumento não terão condições de manter o filho na mesma escola.
                     De acordo com a superintendente do Procon/Campos, Rosangela Tavares, os pais devem ser bastante criteriosos e só contratarem o serviço se estiver dentro da sua disponibilidade financeira. “Energia elétrica, água, combustível, dentre outras obrigações sofreram reajustes e com as escolas não será diferente. Cada instituição deve fazer seu cálculo de custos. O consumidor deve avaliar se terá condições de arcar com a anuidade. Os valores levam em conta novas propostas educacionais, aumento de salários de professores e outras despesas e investimentos. É normal que tal reajuste supere a inflação, mas ele não pode ser abusivo. Para que nem escola nem pais saiam prejudicados, a recomendação é transparência e diálogo”, destaca Rosangela Tavares.

O que não pode ser exigido:

– Não pode pedir material de uso coletivo;
– Não pode cobrar pela emissão de diplomas;
– Históricos de final de curso são previsíveis, portanto não podem ser cobrados;
– Não pode obrigar a compra de material escolar na própria instituição;
– Não pode fazer cobrança vexatória de aluno inadimplente;
– Não pode impedir aluno inadimplente de exercer qualquer atividade pedagógica;
– Ao aluno inadimplente não é garantida a renovação de matrícula

                      Outra situação que os pais enfrentam é a cobrança de uma taxa para reserva da matrícula. Essa taxa pode ser cobrada, mas deve ser posteriormente descontada da anuidade.

                      O Procon/Campos alerta os gestores a fazer o reajuste com muita cautela. A escola  precisa prestar atenção no contexto em que está inserida e na capacidade dos pais em absorver o impacto. A instituição não tem como aumentar muito, com o risco de tornar inviável a manutenção dos alunos.

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