Em decisão proferida na última sexta-feira (13/11/2015), o juiz da
5ª Vara Cível de Campos, Rodrigo Pinheiros Rebouças, negou o pedido formulado
pelos vereadores da oposição no sentido de impedir a operação de antecipação
dos royalties e salientou que na justiça não se reverte derrotas políticas.
De acordo com a decisão, ficou consignado que o município
poderá realizar a operação nos termos da Resolução n° 02/2015 do Senado
Federal. Em determinados trechos da decisão, o magistrado ressaltou que “Ora, a
referida autorização legislativa NÃO TRATA DE UM ´CHEQUE EM BRANCO´ – COMO
DIZEM OS AUTORES”. Que neste caso, são: Marcão, Rafael Diniz, Fred Machado,
José Carlos e Nildo Cardoso.
O magistrado salientou ainda que a via judicial não é a via adequada para reverter derrotas políticas: “Ao que parece, os autores, que são edis na municipalidade, tentam reverter, por meio do Judiciário, uma derrota política que reflete um quadro juridicamente hígido”.
O magistrado salientou ainda que a via judicial não é a via adequada para reverter derrotas políticas: “Ao que parece, os autores, que são edis na municipalidade, tentam reverter, por meio do Judiciário, uma derrota política que reflete um quadro juridicamente hígido”.
Como já era previsto na Resolução n° 43/2001 do Senado
Federal, o Juiz apenas consignou que o Município deverá proceder com a
observância dos critérios estabelecidos na referida resolução e limites da
legislação.
Neste sábado (14/11/2015), durante uma entrevista o procurador-geral do município, Matheus José, explicou que
a decisão não obsta a operação. “A operação está em andamento. A decisão
judicial traz uma conotação e afastou quanto da reediscussão daquilo que foi
legitimamente autorizado pelo Poder Legislativo, não sendo permitida essa
judicialização exarcebada que, infelizmente, em outras situações têm ocorrido.
A decisão traz ainda alguns aspectos com relação ao uso dos
recursos”, disse o procurador, que falou ainda que a antecipação vai
capitalizar os cofres dos municípios da região e é “a grande saída para que não
aconteçam episódios (protestos de professores e garis por conta de atraso no
pagamento), como os ocorridos em Cabo Frio essa semana”, acrescentou.
O secretário municipal de Governo de Campos, Anthony
Garotinho, que também participou do programa, comentou a decisão e disse
que apesar de bem fundamentada, porém, se fundamenta numa Resolução que não
está mais em vigor, a 43/2001, alterada pelo Senado pela Resolução 02/2015. “Os
fundamentos da operação estão na Resolução 02/2015, que foi feita para
modificar a 43/2001 e traz modificações sobre a prazo de pagamento e a
destinação de interesse público. O único recurso que faremos é que se faça esse
esclarecimento”, disse Garotinho.
Votação – Em agosto último, com 15 votos a favor
e 9 contra, a Câmara de Vereadores de Campos aprovou a Lei que autoriza a
Prefeitura de Campos fazer operações de crédito e antecipar receitas oriundas
dos royalties do petróleo. Em junho, o projeto já havia sido votado e aprovado
pela Câmara Municipal, porém o Senado Federal — o primeiro a votar e aprovar a
antecipação dos royalties —, republicou o Projeto de Resolução, o que levou o
presidente do Legislativo, Edson Batista, a convocar sessão extraordinária para
nova votação.
Liberação – No final do mês passado, Garotinho
esteve em Brasília reunido com equipes do Tesouro Nacional, Caixa Econômica
Federal (CEF), Ministério da Fazenda e outras instituições envolvidas na
operação de crédito. Na ocasião, foram feitos alguns ajustes e o Fundo foi
registrado em cartório, sendo encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) – uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.
A partir deste envio à CVM é que começa a correr o prazo
para o recebimento dos recursos. A previsão é de que até o final deste mês,
Campos e outros 30 municípios receberão parte dos recursos. Segundo
Garotinho, as perdas dos municípios com as receitas dos royalties chegam a R$
2,5 bilhões. “Com a antecipação dos recursos, as prefeituras poderão dar
continuidade aos seus projetos e obras”.
Esta semana, a Prefeitura de Quissamã
informou que, neste mês, teve a maior perda referente à participação especial:
R$ 229.042,93, uma queda de R$ 74,5% menor que o repasse anterior.
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