terça-feira, 1 de setembro de 2015

"Nova redução de vazão prevista para Paraíba seco!"

Arquivo - Folha da Manhã

            A crise hídrica do estado se agravou com a falta de chuvas. Para contornar a situação, o governo do Rio e a Agência Nacional de Águas (ANA) já acertaram uma nova redução no fluxo de água do Paraíba do Sul: a partir de amanhã, passam a chegar ao Rio Guandu – de onde a Cedae faz a captação – 75 metros cúbicos por segundo.

            A captação de 75 metros cúbicos é um recorde negativo, jamais visto desde que os quatro principais reservatórios do sistema passaram o funcionar, há 37 anos. O fantasma do volume morto voltou a assombrar: o reservatório de Paraibuna, o principal do sistema, estava nesta terça-feira com apenas 1,8% de sua capacidade.

             O sistema completo (Paraíba do Sul e Guandu) leva água a 199 cidades do Rio, de São Paulo e de Minas Gerais. A média dos quatro principais reservatórios do Paraíba do Sul (Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil) está em 7,69%. No mesmo período do ano passado, a média era de 20%.

         Nova redução de água do rio Paraíba pode afetar a região.

               A nova redução do Rio Paraíba do Sul para aumentar o volume de água que chega à estação de Guandu para abastecimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro poderá afetar, mesmo que minimamente os municípios da jusante, principalmente São João da Barra (Atafona). A partir da quinta-feira (27/082015) foram 75 metros cúbicos por segundo de água que chegarão ao Guandu, marca considerada pelos especialistas jamais vista nos últimos 37 anos, quando os reservatórios do estado começaram a operar.
                De acordo com o professor e ambientalista Aristides Soffiati, a alternativa encontrada para diluir o esgoto e as línguas salinas no Guandu compromete ainda mais o processo erosivo na região e a captação feita no Paraíba.
           — A vazão do Paraíba vem sendo reduzida há diversas décadas e com isso, os problemas ficaram mais acentuados. Um exemplo é a água doce quer era captada e não é mais — disse.
                Soffiati lembra que os quatro reservatórios existentes — Paraibuna, Santa Branca, Funil e Jaguari — já atingiram o volume morto mais cedo que no ano passado, devido à seca que castiga a região por falta de chuvas periódicas.
                O diretor do Comitê Hidrográfico do Baixo Paraíba do Sul, João Siqueira, também acredita nos impactos que a redução da vazão poderá causar na foz. “Embora de pouca intensidade, pois teremos apenas 35 metros cúbicos mantidos para a nossa região e 75 metros cúbicos para a Região Metropolitana do Rio de um total de 110 metros cúbicos acordados entre o Comitê e a Agência Nacional de Águas (Ana), o assoreamento do rio, aumento da salinização e avanço do mar não estão descartados”, ressaltou, lembrando que a redução gradativa do volume de água vem ocorrendo desde março deste ano.
                 Segundo o Comitê Hidrográfico do Baixo Paraíba do Sul, a Agência Nacional de Águas (Ana) tem conhecimento dos problemas que afetam a jusante do rio. Siqueira lembra que a salinidade da água teve início em julho do ano passado. “O Comitê fez diversas intervenções junto ao órgão federal, sobre os problemas constatados na foz. Há dois anos, quando a Ana anunciou a redução de água do Paraíba do Sul para abastecer São Paulo, mostramos os danos que poderiam ser causados, mas entenderam que a transposição beneficiaria 9 milhões de pessoas na Região Metropolitana e não apenas a 35 mil pessoas”, declarou.

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