Maurício Demétrio, titular da Delegacia do Consumidor,
foi da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial
(DRCPIM) e é suspeito de cobrar dinheiro para proteger vendedores de roupas
falsas em Petrópolis
O delegado titular da Delegacia do Consumidor
(Decon), Maurício Demétrio, foi preso na manhã desta quarta-feira (30/06/2021),
na Barra da Tijuca, durante a Operação Carta de Corso, deflagrada
pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do
Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). O MP investiga uma
organização criminosa que cobrava propina a comerciantes de produtos falsos e
atuava dentro da própria Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade
Imaterial (DRCPIM), responsável por combater a pirataria. Além do
delegado, policiais civis e perito criminal faziam parte do grupo.
O objetivo da operação do Ministério Público é cumprir oito
mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, alguns na própria DRCPIM, na
Cidade da Polícia. Até a última atualização da reportagem, seis prisões já
haviam sido realizadas, sendo cinco policiais civis. Maurício Demétrio foi
preso em casa, em um condomínio de luxo na Barra.
Segundo o Ministério Público, o esquema ocorreu entre março
de 2018 e março de 2021, quando Maurício Demétrio era o titular da DRCPIM. O
delegado e outros policiais civis exigiam dos lojistas da Rua Teresa, em
Petrópolis, o pagamento de propina de R$ 250 semanais e outras vantagens
indevidas para permitir que continuassem a venda de roupas falsas. A Rua Teresa
é conhecida pelo comércio popular na Região Serrana.
O esquema criminoso era dividido por dois núcleos: um agia
em Petrópolis e era responsável por ameaçar diretamente os lojistas e recolher
os valores cobrados. Este era formado por Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana
Cristine de Amaral Fonseca e Rodrigo Ramalho Diniz. O outro núcleo era formado
pelos policiais civis, que cumpriam diligências policiais contra determinados
lojistas como "forma de represália" a quem não pagasse a propina,
segundo o Gaeco, subvertendo "a estrutura da Polícia Civil em instrumento
de organização criminosa".
Em nota, a Polícia Civil afirmou que "a
Corregedoria já possui procedimentos abertos sobre este caso e solicitará
informações ao Ministério Público sobre a operação de hoje para juntar nas
investigações".
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