O ativista gay e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ)
afirmou que a bancada evangélica na Câmara dos Deputados é formada por
parlamentares que possuem envolvimento com corrupção, e que o pastor Marco
Feliciano (PSC-SP) “fantasia” que os evangélicos terão mais força no Congresso
a partir de 2015.
As declarações foram dadas ao portal Terra, numa entrevista
concedida na sexta-feira, 05 de julho 2013. Wyllys diz não se preocupar com um
possível crescimento na quantidade de parlamentares evangélicos.
“Não me preocupa. Eu não fico preocupado mesmo. Primeiro tem
uma fantasia totalitária, a ideia de que (os evangélicos) vão tomar o País. O
grito que eles fizeram na Esplanada dos Ministérios [...] ‘Vamos tomar o
Brasil, vamos fazer um presidente da República…’ Fantasia totalitária todo
mundo tem e ele (Feliciano) tem a sua fantasia de que vai voltar com uma
bancada de 180 deputados…”, ironizou o deputado.
Jean Wyllys acusou os parlamentares da bancada evangélica de
envolvimento em casos de corrupção nos Estados onde foram eleitos: “É uma
bancada atravessada por escândalos de corrupção, se você for puxar a ficha das
pessoas que compõem a bancada, são todas envolvidas com escândalos de
corrupção, com alguma questão local em seus Estados”.
Sobre o pastor Marco Feliciano ocupar o cargo de presidente
da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados,
Wyllys reconheceu que o pastor “tem legalidade”, mas atacou dizendo que isso
não basta.
“Ele chegou (à presidência) legalmente. Ele não tem
legitimidade. A gente tirou a legitimidade dele muito com base em uma
estratégia minha. Eu que propus essa estratégia. A gente não vai brigar por
aquilo que a gente não vai ter. O ideal é que ele saísse da presidência. Ele
não vai sair da presidência por orgulho pessoal, por orgulho do partido dele,
pelos acordos que foram feitos na base aliada… Ele não vai sair. Então, o que
nos resta? É sair da comissão e tirar a legitimidade da comissão”, afirmou.
Wyllys justifica sua saída da CDHM dizendo que se
permanecesse, “ela continuaria legítima com um presidente dessa natureza. Como
eles têm ampla maioria na Comissão de Direitos Humanos, toda proposição seria
derrotada com legitimidade. Então eu falei: vamos sair. E a gente saiu, e criou
a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos e [nós] criamos a
Subcomissão de Cultura, Direitos Humanos e Minorias”.
Sobre o deputado João Campos, autor do PDC 234/2011,
apelidado de “cura gay”, Wyllys disse que não quer “transformar mais um idiota
em estrela nacional”, por ter garantias de que o projeto não voltará à pauta da
Câmara: “O projeto da cura gay foi jogado do lixo e do lixo ele não vai voltar.
O presidente da Casa [deputado Henrique Eduardo Alves, PMDB-RN] disse ontem que
enquanto ele for presidente, o projeto não vai, a Mesa Diretora não vai
despachar o projeto”, afirmou.
As críticas de Wyllys ainda respingaram na igreja Assembléia
de Deus. Perguntado sobre o projeto classificado como “cura gay”, o ex BBB
afirmou que o deputado Anderson Ferreira, evangélico da Assembléia de Deus,
pertence a uma “seita” que “acha que gay tem que ter cura”.
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