Enredo da Beija-Flor para o Carnaval 2018 propõe crítica ao modelo social, político e religioso do Brasil!
A Beija-Flor de Nilópolis está consciente de sua missão no carnaval carioca e prepara para o desfile de 2018 uma grande crítica ao modelo social, político e religioso do Brasil. A escola de Nilópolis afirma que a apresentação do ano que vem será ainda mais forte que o desfile de 1989, o inesquecível “Ratos E Urubus… Larguem Minha Fantasia”, e para isso pede a participação popular, não só de nilopolitanos, mas de todo o povo carioca, fluminense e brasileiro.
APRESENTAÇÃO DO ENREDO:
– Nossa finalidade é fazer um grito de alerta. Não vamos atacar ninguém, até porque o patrono não quer. É um grito que vamos saber plasticamente desenvolver. Na ocasião de Ratos e Urubus, a gente queria desenvolver mais ou menos o que queremos fazer para 2018. Queremos é que o povo tenha participação – disse Laíla, diretor de carnaval e membro da comissão da Beija-Flor.
beija_flor_lancamento-30O enredo de 2018 surgiu através da ideia do coreógrafo da comissão de frente Marcelo Missailidis. O artista contou que a escola utilizará o romance de terror Frankenstein, de autoria de Mary Shelley, que completa 200 anos em 2018, para traçar semelhanças com o momento vivido pelo Brasil e seu povo.
– Quem é o monstro? Aonde nós estaremos querendo chegar. Hoje, nós somos reféns dos nossos medos. Nós mesmos geramos os monstros na sociedade, seja pela nossa escolha ou não. O enredo nasce de uma obra de extrema importância para humanidade (Frankenstein), em que surge todo senso de terror gótico. A partir da ausência de valores que a gente acaba percebendo toda falta de estrutura social que existe no Brasil. Vamos tentar reconhecer de onde surge essa monstruosidade. A obra trata do abandono, no sentido mais amplo, ela fala da arrogância, coisas que observamos hoje em dia, como a ambição, a vaidade desmedida da intelectualidade. A corrupção dos corações. O enredo envolve também questões políticas, mas o que estamos querendo tocar é nas questões básicas que a obra desperta – explicou.
Segundo Missailidis, o carnaval necessita resgatar sua época de crítica social e ser referência para os jovens.
beija_flor_lancamento-32– O carnaval é um veículo de grande importância e que não está sabendo agregar novas gerações e despertar curiosidade. O carnaval é maior expressão cultural do nosso país e também é espetáculo. Dentro disso é fundamental que haja uma narrativa, senão o discurso do enredo dissipa por várias intenções. Temos que restituir os princípios básicos do povo brasileiro. O sentido ambiental também tem que ser tratado no enredo. Abandonamos o lixo e ele volta como monstro que nos atormenta – disse.
Bianca Behrends, integrante da comissão de carnaval, afirma que a reflexão proposta pela Beija-Flor é a proposta principal do desfile de 2018.
– Vamos fazer uma crítica social de quem é o monstro? O criador ou criatura. As pessoas são vítimas ou atores desse processo. É uma reflexão que trazemos para nossa sociedade. A nossa ideia é mostrar o que há de monstruoso em cada um de nós e que foi criado nos laboratórios da vida. O projeto foi trazido pelo Marcelo Missailidis e tem inspiração no livro Frankenstein.
beija_flor_lancamento-20Após 11 anos, Cid Carvalho volta para a comissão de carnaval. Na escola, ele conquistou títulos e atualmente participa ativamente de questões fundamentais para a sociedade carioca, fluminense e brasileira, seja na área política, social ou cultural. O artista diz que o retorno para casa trouxe muitas lembranças.
– Fiquei 11 anos fora da Beija-Flor, mas quando pisei novamente aqui era como se tivesse ficado apenas uma semana fora. Encontrei todo mundo que tinha deixado. É uma volta para casa mesmo. Sou grato a escola, ao Anísio, ao Laíla e a todos – disse.
Cid Carvalho revelou que a proposta da Beija-Flor para 2018 é lançar a semente para que a população pense e ajude na produção do desfile.
beija_flor_lancamento-28– Esse é o enredo que vai crescendo e encorpando ao longo do processo. A proposta é trazer as pessoas do Rio de Janeiro e do Brasil que queiram ter a voz ouvida. A Beija-Flor vai ouvir esse povo. O grande desafio é pegar o enredo de ideia tão ampla e saber selecionar dentro o leque de opções o que melhor pode ser materializado como a voz do povo. Queremos que a Beija-Flor seja a maior porta-voz da necessidade do povo, seja na poluição, abandono das crianças, e nas diversas mazelas. Vamos pensar muito e colocar na prática – comentou Cid Carvalho.
Sobre críticas aos segmentos religiosos e políticos, inclusive, ao prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, Cid Carvalho foi bastante claro.
– A questão religiosa é para quem a carapuça serve. Não é crítica direta para ninguém. É o olhar amplo. Em todas religiões existem os falsos profetas e os políticos que não atendem ao que o povo necessita. O enredo da Beija-Flor de 2018 não pode ficar em cima do muro. Não é só no Rio que temos um bispo nos representando. Não é só o evangélico. A crítica é direcionada aos nossos monstros – finalizou Cid Carvalho.
GRANDES EMPRESAS E PARCEIROS DO GRUPO KÉSSIO JHONIS DE COMUNICAÇÃO:
Nenhum comentário:
Postar um comentário