domingo, 9 de outubro de 2022

Novas lideranças de todas as cidades e região (RJ) e o fim do ciclo de velhos caciques da política!

 

As eleições do domingo (02/10/20220, viram surgir lideranças emergentes, ao mesmo tempo em que barraram ou aposentaram velhos caciques no Estado do Rio. Na Região dos Lagos, Dr. Serginho (PL) é o destaque. No Noroeste Fluminense, Murilo Gouvêa emerge como força regional. Em Macaé, Chico Machado (SD) demonstra prestígio com sua reeleição de deputado estadual. Na Baixada, Márcio Canella é político em franca ascensão. Tem sua base forte em Belford Roxo, foi o mais votado no estado e estaria disposto a lutar pela presidência da Alerj. Ainda na Baixada Fluminense, o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), confirmou sua liderança elegendo dois irmãos. Já em Campos, o prefeito Wladimir Garotinho mostrou que atualmente é a maior liderança política do município, seguido do deputado Rodrigo Bacellar. Já o campista Caio Vianna, filho do ex-prefeito Arnaldo Vianna, perdeu a 4ª eleição. Há de se destacar a boa performance da deputada Clarissa Garotinho na disputa pelo Senado, tendo alcançado mais de 1 milhões de votos. Há outras lideranças que se consolidaram, como em Maricá, município turbinado com os royalties do petróleo, onde os eleitores elegeram Washington Quaquá (PT), assim como reelegeram sua ex-esposa Zeidan (PT). O Campos 24 Horas mostra dados destas novas lideranças regionais e estaduais, além dos nomes de deputados denunciados por corrupção nas denúncias das operações Cadeia Velha e Furna da Onça, além dos filhos de Sergio Cabral e Jorge Picciani, que não conseguiram se reeleger. Confira abaixo:

CAMPOS - Através da liderança do prefeito Wladimir Garotinho, o deputado estadual Bruno Dauaire (União Brasil) se reelegeu para o terceiro mandato, com mais de 67 mil votos, além do estreante Thiago Rangel (Podemos) para uma vaga também na Alerj. Ao mesmo tempo, se reforça a crescente ascensão de Rodrigo Bacellar (PL), reeleito para o segundo segundo mandato na Assembleia Legislativa (Alerj). Outra liderança que consolida seu espaço na política regional é a ex-prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PT), eleita para mandato na Alerj.

Em Itaperuna, o deputado estadual e vice-presidente da Alerj, Jair Bitencourt (PL) se reelegeu para o quarto mandato com 75.253 votos, sendo 15.301 em seu município. Em toda região foram mais de 43 mil votos. Para a Câmara Federal, o novato Murillo Gouvea (União Brasil), filho do prefeito Alfredo de Paula (PL), emerge como nova força regional com 49.921 votos, 21.787 obtidos em Itaperuna.

Outro que demostrou prestígio e poder de influência regional foi o macaense Chico Machado (SD), 47 anos. Vereador em Macaé, foi candidato a prefeito ficando em segundo lugar, em 2016, e, dois anos depois, se elegeu deputado estadual, em 2018, com 30.067 votos. Na disputa do último domingo foi reeleito com mais de 37 mil votos.

REGIÃO DOS LAGOS - Na Região dos Lagos, a liderança ficou por conta do advogado Dr. Serginho (PL), com a extraordinária votação de 123.739 votos, a maior votação de um parlamentar na história da região. Secretário de Estado, Dr. Serginho foi candidato a prefeito de Cabo Frio na última eleição e se reelege deputado estadual.

Ainda na Região dos Lagos, Saquarema nunca viu melhor representação com a reeleição de Franciane Motta como deputada estadual e a eleição do ex-vice-prefeito Dr. Pedro Ricardo para deputado Federal.

Em Maricá, município turbinado com os royalties do petróleo, os eleitores elegeram Washington Quaquá (PT), liderança emergente na região, assim como reelegeram sua ex-esposa Zeidan (PT), ao mesmo tempo em que levaram o ex-secretário de Obras do município, Renato Machado (PT), para o primeiro mandato na Alerj. Pastor evangélico e construtor de obras, Renato é afilhado politico do prefeito e ex-deputado federal Fabiano Horta (PT).

BAIXADA - Na Baixada Fluminense, o prefeito de Belfort Roxo, Waguinho (União Brasil), também presidente regional do partido, confirma que exerce enorme influência na região com a reeleição de sua mulher, Daniela do Waguinho (União Brasil), como a mais votada para a Câmara Federal, com votos mais de 213 mil eleitores que cravaram seu nome e ainda emplacou a eleição de Marcelo Canella (União Brasil), 45 anos, outro aliado, com 181.274 votos, o mais votado para a Alerj.

Político em franca ascensão, Márcio Canella tem sua base forte em Belford Roxo e em toda a Baixada Fluminense. É um amigo e aliado importante do prefeito Waguinho e da deputada federal Daniela do Waguinho na busca de recursos importantes para todas as áreas do município.

Canella foi secretário municipal em Belford Roxo (Serviços Públicos e Casa Civil). Em 2012, foi o vereador mais votado da história do municipio. Dois anos depois, foi eleito para o primeiro mandato de deputado estadual com maior votação do então PSL, com 34.495 votos.Em 2017, foi eleito vice-prefeito ao lado do prefeito Waguinho.

Reelegeu-se deputado estadual em 2018 pelo MDB com 110.167 votos, o segundo mais votado nesta eleição no Rio de Janeiro.

Ainda na Baixada Fluminense, o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB) confirmou sua posição de cacique da política regional. Sua candidatura a vice governador foi barrada devido a problemas judiciais, mas conseguiu a eleição de seus irmãos. Rosenverg Reis foi eleito novamente deputado estadual, enquanto Gutemberg Reis continua na Câmara Federal.

Além dos representantes da família, Washington Reis também apoiou o deputado estadual eleito Arthur Monteiro, ex-secretário de Trabalho, Emprego e Renda no município, auditor da Receita federal vereador no município.

Assim como o vereador Marcos Tavares (PDT) chegou pela primeira vez à Alerj com seu apoio para representar Duque de Caxias.

SUL FLUMINENSE - O prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (PSD) ajudou elegeru seu irmão Munir Neto (PSD), ex-secretário municipal de Ação Comunitária, como deputado estadual, com 35.677 votos.

O vereador Jari Oliveira (PSB) também reforçou a representação da Cidade do Aço com o primeiro mandato que irá cumprir a partir deste ano na Alerj.

Em baixa, o ex-jogador Deley (PSD) ficou sem mandato. Mesmo com o apoio do prefeito Neto, como candidato a deputado federal, obteve pouco mais de 24 mil votos e não volta para Brasília.

Em Resende, o ex-secretário de Saúde da Prefeitura, Tande Vieira (Pros), 50 anos, foi eleito para o primeiro mandato na Alerj com o apoio do prefeito Diogo Balieiro Diniz (Pros).

A deputada Célia Jordão (PL), mulher do prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB), se relegeu para mais um mandato na Alerj. Mas a parlamentar contabiliza votos em todo o Estado. Tem escritórios regionais em Angra, Miracema e Volta Redonda, entre outras cidades.

Enquanto políticos emergem como novas lideranças, velhos caciques fracassaram nas urnas após longos anos prestígio regional e mandatos. Fracassaram nestas eleições Noel Oliveira (ex-prefeito de Resende e ex-deputado por vários mandatos), que não conseguiu retornar à Alerj, da mesma forma o ex-prefeito de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino, também foi deputado estadual, ficou no meio do caminho e não se elegeu para a Alerj.

Outra ex-liderança reprovada nas urnas foi a ex-prefeita de Barra Mansa, Inês Pandeló (PT), também ex-deputada. O ex-prefeito de Macaé, Riverton Mussi (PDT), é outro a caminho do ocaso, tendo alcançado pouco mais de 8 mil votos para a Câmara Federal.

Outro é Alair Corrêa, ex-prefeito de Cabo Frio várias vezes e que chegou também a ser deputado estadual, que não conseguiu por seu prestígio eleger sua filha cirurgiã dentista como deputada federal. Inclusive, a moça foi registrada na convenção do União Brasil com o nome de “Carolina Corrêa, filha de Alair, ex-prefeito de Cabo Frio”.

Ex-deputado estadual, ex-vereador e presidente da Câmara Municipal de Macaé, Paulo Antunes também não conseguiu voltar à Alerj. Obteve 3.437 votos.

Denunciados por corrupção nas denúncias das operações Cadeia Velha e Furna da Onça, os deputados Marcos Abraão, Luiz Martins, Coronel Jairo, Chiquinho da Mangueira, Luiz Martins e Marcus Vinicius Neskau não conseguiram retornar à Alerj.

Herdeiros da velha política fluminense, foram rejeitados pelos eleitores os jovens Marco Antônio Cabral, Leonardo e Rafael Picciani, herdeiros dos caciques Sérgio Cabral (ex-governador, preso) e Jorge Picciani (ex-presidente da Alerj, já falecido).

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